O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, recebeu em audiência no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 19, um grupo de artistas opositores ao presidente Michel Temer e que defendiam o afastamento do peemedebista. Eles fazem pressão pela derrubada do veto à prorrogação de incentivos da Lei do Audiovisual até 2019 e foram acompanhados por parlamentares da oposição, como os deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP) e o senador Humberto Costa (PT-PE). Os políticos relataram estar pisando no Palácio do Planalto pela primeira vez desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Segundo Jandira, a reunião seria com Maia na presidência da Câmara, mas ele não pôde se afastar do Planalto durante a viagem de Temer a Nova York. “Viemos atrás do Rodrigo, do presidente da Câmara, não do Planalto”, disse Jandira.

Os artistas também estiveram reunidos com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo e homem forte de Temer no Congresso. Segundo o ator e músico Paulo Miklos, Jucá disse que vai “abraçar a causa” para derrubar o veto presidencial. Miklos disse que Jucá garantiu que já existem estudos de impacto orçamentário para manter a lei com a derrubada do veto.

“A lei é produto de um acordo grande suprapartidário, uma política de Estado para o brasileiro. A maneira mais rápida é buscar um consenso. Temos um prazo curto até a lei caducar. Ficaríamos sem lei de incentivo nenhuma, um impacto devastador”, disse Miklos.

O governo Temer argumenta que o veto se deve à falta de estudos de impacto orçamentário na renovação dos incentivos à produção audiovisual até 2019, incluída pelo Congresso durante a tramitação da Medida Provisória que prorrogava até o fim deste ano o Recine, que facilita a construção e reforma de salas de cinema.

“Não pode ser o pedido de alguns de pires na mão, mas de todos. Deveria ser um projeto de Estado, de nação. Não são malucos que se reúnem e vêm aqui defender a Cultura”, disse o ator Antônio Pitanga, ao lado do cineasta Claudio Assis. Ele criticou as trocas no comando do Ministério da Cultura e disse ser contra o presidente Temer. “Sou contra ele, mas venho aqui dialogar em função do meu País. Em vez de nós estarmos vindo aqui, ele devia estar no horário nobre falando que a Cultura é projeto de Estado.”

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