Artistas lamentaram a morte do crítico de teatro, Sábato Magaldi, nesta quinta-feira, 14, após passar duas semanas internado no Hospital Samaritano, em São Paulo, com um quadro de choque séptico e comprometimento pulmonar. Um dos mais respeitados intelectuais do País, responsável pela readequação da obra de Nelson Rodrigues no cânone da literatura brasileira, sua partida foi lamentada no meio artístico e intelectual. Veja a repercussão:

Edla Van Steen, escritora e dramaturga, viúva de Sábato:

“Eu tenho mais bons momentos para lembrar do que os ruins. Sábato era capaz de pegar o carro e atravessar a Europa só para ver uma peça de Kantor. Nessa hora não era um bom momento.”

Eva Wilma, atriz:

“Um homem que sempre foi um cavalheiro ao tratar as pessoas e ao escrever sobre o teatro.”

Antonio Fagundes, ator:

“Foi um homem criterioso, que via o teatro com paixão e com olhar crítico.”

Nicette Bruno, atriz:

“Sábato conhecia o teatro como poucos, reservando um tratamento crítico, mas gentil.”

Tereza Aguiar, diretora:

“Além de crítico, Sábato foi um professor com um profundo saber sobre o teatro.”

Maria Adelaide Amaral, dramaturga:

“Ele era muito parceiro dos artistas, suas críticas ainda que fossem negativas apontavam um caminho a se construir. Ele foi um dos primeiros a reconhecer a grandeza das obras de Oswald Andrade, além de ter mergulhado nas peças de Nelson Rodrigues.”

Irene Ravache, atriz:

“Eu guardo todas as críticas que ele escreveu sobre meus trabalhos. Nossa amizade foi longa, desde quando cheguei a São Paulo. Ele era um homem elegante e educado, tudo que você quisesse saber sobre teatro, bastava perguntar para o Sábato. Ele era esse príncipe do teatro porque amava seu ofício.”

Marilena Ansaldi, bailarina:

“Sábato foi um companheiro maravilhoso. Ele renovou meu amor pela arte e pela carreira. Eu que vim da ópera, passei pela dança e cheguei no teatro. Foi por causa dele.”

Maria Thais, diretora:

“Tive o privilégio de ser orientanda do Sábato na USP e fui tomada pela sua generosidade e conhecimento. Como crítico, ele foi um diplomata, mediando a relação de quem faz arte e de quem assiste. Seu amor pelo teatro não é no sentido romântico, mas na curiosidade, na busca. Apesar ser um dia triste, eu celebro a vida que ele teve. A chance de ver tantas coisas e ter contado para a gente.”

Mika Lins Glasberg, atriz e diretora:

“E Sábato Magaldi se foi. Minha geração talvez tenha sido a ultima a ser criticada por ele. Um grande pensador de teatro, um crítico muito competente e um homem muito generoso. Quando eu, aos 18, li “tem as vocações talhadas para o palco” em uma critica no Estadão escrita sobre a primeira peça que fiz decidi minha carreira. R.I.P. Sábato”