Quase 60 artistas franceses denunciaram, em um artigo de opinião publicano na imprensa, um “linchamento” do ator Gérard Depardieu, acusado de estupro desde 2020 e no centro de um escândalo político-midiático após a recente exibição de um documentário televisivo.

Entre os signatários do texto, publicado na segunda-feira (25) no jornal Le Figaro, estão o diretor Bertrand Blier, as atrizes Nathalie Baye, Carole Bouquet e Charlotte Rampling, os atores Jacques Weber, Pierre Richard e Gérard Darmon, além de cantores como Roberto Alagna, Carla Bruni, Arielle Dombasle e Jacques Dutronc.

“Gérard Depardieu é, provavelmente, o maior de todos os atores. O último pilar sagrado do cinema. Não podemos ficar calados diante do linchamento que ele sofre, diante da torrente de ódio que se derrama sobre sua pessoa (… ) deixando de lado a presunção de inocência de que teria desfrutado, como qualquer outra pessoa, se não fosse o gigante do cinema que é”, escrevem.

“Quando Depardieu é atacado assim, a arte é atacada. Por sua genialidade como ator, Gérard participa da projeção artística do nosso país”, afirma o artigo.

“Aconteça o que acontecer, ninguém poderá apagar a marca indelével de sua obra, que marcou nossa época para sempre. O resto diz respeito à Justiça. Exclusivamente à Justiça”, acrescentam os autores.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e membros da família do ator, incluindo sua filha Julie, já haviam se manifestado publicamente em defesa de Gérard Depardieu, acusado após uma das duas denúncias contra ele na França, as quais ele nega.

A recente exibição da reportagem “Gérard Depardieu: la chute de l’ogre” (“Gérard Depardieu: a queda do ogro”, em tradução literal), no programa Complément d’enquête da emissora France 2, provocou uma onda de choque com repercussão internacional.

Nas imagens, Depardieu multiplica as declarações misóginas e ofensivas, ao se dirigir a mulheres, e palavras de natureza sexual, a uma menina. O grupo France Télévisions, ao qual pertence o canal, garantiu na sexta-feira que a cena diante da menina foi “verificada” por um oficial de Justiça.

 

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