SOB A LUZ TOSCANA O castelo de Poppi, com quadro dos Uffizi. (Crédito:Divulgação)

O museu da Galleria degli Uffizi, em Florença, é o maior da Itália – sem contar os Museus Vaticanos. Como parte de um esforço para valorizar o patrimônio artístico da região da Toscana, os Uffizi farão cinco exposições, com parte do seu gigantesco acervo, em outras cidades vizinhas. O acervo raramente deixa o prédio no centro de Florença, construído pelo duque Cosme I de Medici, em 1570. A iniciativa da Toscana lembra outros esforços que o governo italiano tem feito recentemente para proteger o gigantesco patrimônio cultural do país e voltar a atrair turistas. Há grandes projetos de restauração em andamento, como o do Mausoléu do Imperador Augusto, do Século I d.C., reaberto em Roma, além da reforma do Coliseu.

Quando o diretor Eike Schmidt divulgou o projeto “Uffizi Espalhado”, ele não imaginava a imensa quantidade de e-mails, cartas e telefonemas que passaria a receber de autoridades locais, prefeitos e diretores de arte. As cidades pequenas anseiam por receber os quadros dos mais renomados pintores do Renascimento para aumentar a quantidade de turistas e, assim, retomar o faturamento dos hotéis e restaurantes. “Botticelli, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Caravaggio e Ticiano, os maiores do Renascimento, estão nos Uffizi”, diz Maria Izabel, professora de história da arte da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Segundo o museu, o programa vai se estender por dois anos. Até agora, 60 municípios já se inscreveram para receber as obras. Antes da pandemia, cerca de 12 mil pessoas visitavam os Uffizi por dia. Agora, com o arrefecimento da Covid-19 devido à vacinação, a tendência é que o museu e suas novas “filiais” retomem a frequência.

Alguns municípios que já receberam quadros são pequenos vilarejos como Castagno d’Andrea, terra natal do pintor Andrea Del Castagno (1421-1457), e as cidades de Vinci e Poppi. Em Poppi, há um castelo medieval que é um requisitado ponto turístico. Vinci, que se localiza entre Florença e Pisa, já recebeu temporariamente obras dos Uffizi. Há dois anos, para comemorar o quinto centenário da morte de Leonardo da Vinci (1452-1519), o cidadão mais famoso de Vinci, os Uffizi enviaram um quadro para a cidade: uma paisagem do lugar, com um moinho, feita pelo mestre no fim no século XV.