Robôs com tentáculos que reagem aos movimentos humanos, a física quântica representada por molas luminosas… Uma exposição de arte que usa novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial, abre as portas nesta quarta-feira (20) na zona portuária do Rio de Janeiro.

A Nova Bienal Rio reúne 70 obras de 30 países no Museu do Amanhã, um prédio futurista com aparência de nave projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava.

Seis dessas obras estão em exposição fora do museu e ficarão acessíveis a todos durante dez dias.

Em frente à Baía de Guanabara, destaca-se a instalação “Tube”, do coletivo Numen/For Use, uma espécie de labirinto com aparência de teia de aranha no qual os visitantes ficam suspensos em uma grande rede preta. No interior, o público se move na penumbra para melhor distinguir os jogos de luz.

A maioria das obras é interativa, como “Quantum Jungle” do alemão Robin Baumgarten, que convida os visitantes a acariciar com os dedos um grande painel tátil feito de 720 molas cercadas por lâmpadas LED multicoloridas.

As 12.000 lâmpadas acendem de acordo com o movimento dos dedos nas molas, seguindo um programa de computador que reproduz a equação de Schrödinger, uma das bases da física quântica.

A obra foi criada em colaboração com pesquisadores da Universidade de Pisa, na Itália. “Meu trabalho como artista foi torná-la o mais bonita, divertida e lúdica possível, ao mesmo tempo em que respeito a precisão científica”, explica Robin Baumgarten à AFP.

“Eu amo essa mistura de tecnologia e arte”, acrescenta o ex-programador de computador vindo de Berlim.

“Esse não é um evento de tecnologia, é um evento de como os artistas criam novas poesias, novas estéticas a partir da tecnologia”, afirma Ricardo Barreto, curador da exposição.

“Existem varias prospecções de futuro, e uma delas é a arte, que vai ser em grande parte tecnológica. Porque onde está se dando a inovação? Na tecnologia”, acrescenta ele.

Algumas obras permitem que os visitantes vejam sua própria imagem recriada com a ajuda de diferentes tecnologias.

Basta olhar para uma câmera por alguns segundos para ser transformado em um herói de quadrinhos pós-apocalíptico, ou passar por um anel de luz para ver seu reflexo em movimento projetado em uma tela branca horizontal.

E com “Petting Zoo”, do estúdio britânico Minimaforms, um robô com três longos braços que se desdobram como tentáculos reage de forma diferente ao movimento de cada visitante.

“É uma maneira de repensar nossa relação com robôs, com inteligência artificial, humanizando essas tecnologias para entender como elas podem se adaptar a nós”, explica o artista Theodore Spyropoulos.

A mostra Nova Bienal Rio ficará em exibição até 29 de outubro.

lg/lab/ial/dd/mvv