Os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos publicaram nesta terça-feira (18), por ordem de Donald Trump, o último lote de documentos classificados sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963, um caso que ainda alimenta teorias conspiratórias mais de 60 anos depois.
Poucos dias após retornar à Casa Branca em janeiro, Trump emitiu uma ordem executiva que dispõe a publicação sem censura dos arquivos relacionados com os assassinatos de Kennedy, do seu irmão Robert F. Kennedy e do líder de direitos civis Martin Luther King Jr.
“De acordo com a diretriz do presidente Donald Trump […] todos os arquivos que previamente eram mantidos como classificados e que são parte da coleção do assassinato do presidente John F. Kennedy tornam-se públicos”, disse a Administração Nacional de Arquivos e Registros em um comunicado em seu site nesta terça-feira.
A agência publicou nas últimas décadas milhões de páginas de registros sobre o homicídio do então presidente Kennedy em novembro de 1963, mas milhares de documentos permaneciam sob sigilo a pedido da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e do FBI (polícia federal), por razões de segurança nacional.
A Comissão Warren que investigou o assassinato do carismático presidente de 46 anos em Dallas, Texas, determinou que o crime foi cometido por um ex-franco-atirador dos Marines (fuzileiros navais), Lee Harvey Oswald, que agiu sozinho.
Mas não conseguiu eliminar as teorias da conspiração, que especulam com um complô. A lenta divulgação dos arquivos governamentais alimentou essas teorias.
Os especialistas em Kennedy estimam que os documentos restantes provavelmente não contêm revelações impactantes nem vão colocar um ponto final nas teorias da conspiração sobre o assassinato do 35º presidente dos Estados Unidos.
Oswald foi assassinado a tiros dois dias depois de matar Kennedy pelo dono de um clube noturno, Jack Ruby, durante uma transferência de presos.
Muitos dos registros que já foram publicados eram documentos de inteligência brutos, incluindo resultados de relatórios de agentes do FBI seguindo pistas improdutivas.
A maior parte do conteúdo desses documentos já era conhecido, como por exemplo que a CIA, obcecada pelo comunismo, elaborou vários planos para assassinar o líder cubano Fidel Castro.
Oswald desertou para a União Soviética (URSS) em 1959, mas retornou aos Estados Unidos em 1962.
Centenas de livros e filmes, como o de Oliver Stone de 1991 “JFK”, alimentaram as conspirações. Apontam o dedo acusador contra os rivais da Guerra Fria (União Soviética e Cuba), a máfia e até mesmo o vice-presidente de Kennedy, Lyndon Johnson.
A publicação desses documentos também cumpre com uma lei do Congresso de 1992 segundo a qual os registros de assassinatos que se encontram nos Arquivos Nacionais sejam publicados em sua totalidade 25 anos depois.