MILÃO, 25 AGO (ANSA) – Um grupo de pesquisa coordenado pelo arqueólogo italiano Davide Tanasi, da Universidade do Sul da Flórida, descobriu em uma gruta perto de Agrigento, na Sicília, o vinho mais antigo da Itália.   

Os resíduos da bebida foram encontrados em uma jarra no Monte Kronio e datam do século 4 a.C., ou seja, aproximadamente 6 mil anos atrás. O recipiente de terracota conservou traços de ácido tartárico e cloreto de sódio, substâncias tipicamente achadas no processo de vinificação.   

A descoberta, publicada no “Microchemical Journal”, demonstra que a viticultura e a produção de vinho na Itália não começaram na Idade do Bronze, como se acreditava, mas sim 2 mil anos antes. “Pesquisas anteriores encontraram sementes de malvasia [um tipo de uva] datadas de 1.300 e 1.100 a.C., mas esses achados comprovam apenas a prática da viticultura. Nosso estudo, por sua vez, identificou resíduos da fermentação, que implicam não apenas a viticultura, mas a própria produção do vinho”, disse Tanasi em entrevista à ANSA.   

A jarra do Monte Kronio foi encontrada em 2010 e depois passou quase sete anos sendo submetida a análises. Segundo o arqueólogo, é provável que ela tenha sido usada em um contexto sacro, para oferecer bebida a deuses.   

O próximo passo dos pesquisadores é estabelecer se esse primeiro vinho italiano era tinto ou branco. (ANSA)