MILÃO, 11 DEZ (ANSA) – Um grupo de arqueólogos britânicos descobriu nas proximidades de um lago em Suffolk, na Inglaterra, as ferramentas mais antigas usadas pela humanidade para acender fogo.
Os estudiosos encontraram, ao lado de restos de lareiras em um antigo acampamento, pelo menos dois fragmentos do mineral pirita, datados de 400 mil anos atrás.
Na ocasião, os pesquisadores realizaram escavações em uma antiga pedreira de argila abandonada, onde já haviam sido encontrados restos de grandes animais, como bisontes, elefantes e veados, além de fósseis de rãs, peixes e até macacos. As investigações revelaram artefatos de vários tipos, especialmente blocos de sílex lascados e ferramentas mais complexas semelhantes a machados.
Sedimentos próximos também apresentaram sinais de queimadas repetidas. A presença de fragmentos de pirita, que pode produzir faíscas quando friccionada contra o sílex, demonstrou claramente que as fogueiras não eram naturais, mas criadas intencionalmente.
“A presença de pirita demonstra não apenas que ela podia alimentar fogueiras, mas também produzi-las. O fogo é uma fonte de calor e, em noites frias e escuras, pode prolongar a duração do dia. Certamente, durante períodos em que as pessoas não podiam caçar, o fogo era um excelente espaço para se reunir, interagir e, potencialmente, aprender e ensinar”, explicou Silvia Bello.
Embora o estudo tenha esclarecido parte do processo, os pesquisadores ainda querem identificar quem produziu as fogueiras. Há 400 mil anos, o Homo sapiens ainda habitava a África, o que aumenta a possibilidade de se tratar de neandertais primitivos, pouco depois do recuo das calotas polares. (ANSA).