Após ter sido surpreendido com demissão da Record TV, no final do ano passado, o jornalista Arnaldo Duran, 68 anos, abriu o jogo sobre sua relação com a Igreja Universal e revelou que fez doação milionária à congregação.

Em entrevista à colunista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, publicada nesta sexta-feira, 26, o repórter contou acreditar no que a igreja pregava e que, por isso mesmo, fazia serviços voluntários, além de ações publicitárias.

Durante a entrevista, ele contou ter doado quase R$ 1 milhão para a igreja de Edir Macedo, que também é o dono da emissora onde trabalhava.

“Eu dava dinheiro pra Igreja Universal porque fui enganado, acreditava no que eles falavam, achava que era sério aquele negócio lá. Então, todo mês antes de pegar um centavo do meu salário, eu fazia um TED ou DOC do dízimo. E sempre dava a mais do que os 10%”, revelou ele à colunista.

Segundo Duran, a igreja tinha o costume de pedir sempre mais, e ele acabava por atender, mesmo contra sua vontade, pois sempre falavam em ‘obediência’.

Agora, o jornalista avalia a possibilidade de reaver o dinheiro na Justiça, porém os recibos que comprovam a doação somam apenas a metade do valor alegado, já que muitas vezes ele contribuiu em espécie.

“Só depois que descobri que aquilo é uma grande mentira”, lamentou ele, que definiu o que sente hoje a respeito da igreja.

“As mentiras que as pessoas pregam é pior que lixo. Eles não têm moral nenhuma para dirigir uma igreja”, disparou o ex-funcionário de Edir Macedo.

Doença degenerativa e falta de plano de saúde

Em 2026, Arnaldo Duran recebeu o diagnóstico de síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa do sistema nervoso. A demissão diante de seu quadro clínico caiu como uma bomba, já que agora ele está sem o plano de saúde que antes a empresa fornecia.

“No dia 30 de dezembro, antevéspera de uma passagem de ano, eu fui chamado pra uma reunião na TV Record, na direção do Domingo Espetacular. Eu achei que era alguma coisa sobre a coluna que eu fazia, a Mitos e Verdades da Alimentação. Eu estava levando um livro americano sobre alimentos usados como remédios nos tempos bíblicos e queria fazer uma série de reportagens dentro da coluna porque achei que seria um negócio excelente para audiência. Mas, não. A notícia que eles estavam me dando era a de que eu estava sendo demitido“, relatou ela, que descreveu a medida da empresa como ‘desumana’.

Em seguida, Arnaldo Duran relatou como se sentiu: “Eu fiquei assustadíssimo, não me lembro de ter nenhuma reação quando me disseram. A ficha não caiu e acho que não caiu até agora”, disse ele à colunista.