O ator Armie Hammer, conhecido por seu papel de sucesso no filme “Me Chame Pelo Seu Nome” (2017) e acusado de canibalismo e abusos sexuais, concedeu uma entrevista exclusiva ao podcast “Painful Lessons”, comandado por Tyler Ramsey.

Na conversa, Hammer diz que se sente grato pela onda de ódio da qual se diz vítima e chamou de ‘absurdas’ as acusações de canibalismo contra ele.

“O que quer que as pessoas tenham dito, seja lá o que tenha acontecido, agora estou em um ponto da minha vida em que sou grato por cada pedacinho disso”, explicou ele, que diz ter aprendido a se amar mais depois de receber tanto ódio na internet.

“Foram 3 anos e meio de lições dolorosas, de conhecimento e foi muito difícil. No começo, aprendi a aceitar e lidar com o que estava acontecendo. É como eu não pudesse criar mais dor e danos a mim, a meus filhos. Parecia que eu estava em um furacão. Mesmo eu querendo rebater, sair e gritar: ‘Isso é loucura! O que é isso que todos estão dizendo?!'”, disse e explicando em seguida sobre acusações de canibalismo.

“É, [acusações de] que eu era um canibal! Agora posso olhar pra isso, com um certo distanciamento, e pensar: isso é hilário! Me chamaram de canibal e todo mundo acreditou! ‘É aquele cara comeu pessoas’. O quê?! O que você está falando?! Foi bizarro”, falou.

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O artista ainda disse que se tornou uma pessoa melhor após tudo isso. “Apesar de tudo que disseram, sou mais grato por tudo. Não me sentia bem naquela época da minha vida nem feliz comigo mesmo, sem autoestima, sem me dar amor. Eu era um buraco negro, independentemente de elogios, de adoração dos fãs. E essa chavinha mudou com muito ódio, uma crise espiritual e emocional. E olhei por esse lado: posso deixar isso me destruir ou posso aprender com isso. Mas foi horrível e não desejaria isso para o meu pior inimigo.”

“E outra: se você está confortável, apenas existindo, e tudo é fácil, você se torna vitela, mole, uma coisinha delicada. Mas quando uma bigorna cai na sua cabeça, aí é quando você acorda”, ainda filosofou ele ao analisar sua ‘cura pela dor’, comentou.

“Estou feliz que minha morte não foi física. Foi como se uma bomba tivesse matado todas as pessoas, me matado, matado meu ego, as pessoas ao meu redor – que eu pensei que eram meus amigos e não eram – todas desapareceram em um flash. Mas o prédio ficou de pé e aqui estou eu”, disse.

“Há um processo de autoexploração e crescimento que vêm da dedicação de se recuperar. Tem que fazer o trabalho doloroso para que a recuperação tenha efeito. Eu faço muitas coisas estúpidas, especialmente se for no calor do momento. Meu primeiro pensamento é sempre errado. Meu primeiro instinto sempre vai me colocar em problemas. Se faço merda de novo, eu vou ter uma dolorosa lição pra aprender. Eu nunca vou ser um mestre zen. Pode ser que eu demore 40 anos pra ter minha vida sobre controle, não sei”, completou.