O balanço dramático do massacre ocorrido ontem em uma escola primária do Texas está fortemente relacionado ao fato de que o assassino, Salvador Ramos, estava equipado com uma variante civil de um fuzil de assalto militar projetado para fazer o maior número possível de vítimas em tempo recorde.

Conhecido nos Estados Unidos como AR-15, trata-se de um fuzil semiautomático com múltiplas versões. Seu design militar é M16, que pode ser descarregado em modo automático. Ramos conseguiu matar 19 alunos e dois professores, apesar de a polícia estar no local.

Mesmo antes disso, os AR-15, de venda livre, já haviam mostrado sua triste eficácia na série de tiroteios que deixaram os Estados Unidos de luto. “Não existe uma diferença significativa entre esses fuzis e armas militares”, ressaltou o centro de estudos especializado Violence Policy Center. Em vários massacres nos Estados Unidos foram usados esses fuzis, dotados de carregadores com grande capacidade.

Em 1º de outubro de 2017, o sexagenário que atirou do 32º andar de um hotel em Las Vegas, deixando 58 mortos e cerca de 500 feridos durante um show de música country, possuía vários desses fuzis.

“Essas armas são usadas para cometer atos terríveis. São chamadas de máquinas de matar perfeitas. Disparam em uma velocidade vertiginosa balas que atravessam corpos e causam carnificinas terríveis”, declarou Joe Biden quando era vice-presidente de Barack Obama.

Em 1994, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei que proibiu por 10 anos os fuzis de assalto e alguns carregadores de grande capacidade. A proibição expirou em 2004 e não foi renovada, apesar de múltiplas tentativas.

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O mercado desses fuzis extremamente perigosos vai de vento em popa. As fabricantes os apresentam como objetos de caça, esporte ou recreação, ou como a melhor resposta para a necessidade de autodefesa dos americanos.


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