A Argentina mostrou sua força e tradição nesta sexta-feira ao vencer a Venezuela por 2 a 0 no Maracanã, no Rio de janeiro, e se classificar para as semifinais da Copa América.

A Albiceleste vai enfrentar o Brasil na próxima terça-feira no Mineirão em Belo Horizonte.

A bicampeã mundial, que estava cercada de dúvidas após uma classificação não convincente, fez sua melhor partida no torneio e se classificou sem sofrimento, com gols de Lautaro Martínez aos 10 minutos e de Giovani Lo Celso no segundo tempo (75).

A Argentina, entrou em campo com o astro Lionel Messi, como falso 9, acompanhado por Sergio Agüero e Lautaro Martínez.

O técnico Lionel Scaloni quis manter o mistério até o final, mas acabou escalando Acuña e Foyth como estava previsto – no lugar de Giovani Lo Celso e Renzo Saravia – para fortalecer o setor defensivo, seu calcanhar de Aquiles nesta Copa América, onde a dupla central é formada por Nicolás Otamendi e Germán Pezzela.

O técnico venezuelano Rafael Dudamel técnico apostou nos contra-ataques com Junior Moreno, Tomás Rincón e Yángel Herrera para armar rápidos contra-ataques para Salomón Rondón.

– Domínio argentino –

A Argentina começou bem o jogo, sem o nervosismo e a falta de ligação entre os setores que tem caracterizado a equipe em jogos recentes.

Nas arquibancadas do Maracanã, apesar de alguns espaços vazios, com público de pouco mais de 50 mil presentes, o que se ouviu foi uma animada disputa entre cantos de argentinos e brasileiros citando os nomes de Maradona e Pelé.

Logo aos 2 minutos, Sergio Agüero recebeu um lançamento de Lautaro e chutou para a defesa do goleiro Fariñez.

Quatro minutos depois, Paredes cobrou escanteio para a Argentina. Lautaro desviou mas Pezzella não conseguiu concluir a jogada.

Foi o mesmo Lautaro quem abriu o placar, aos 9 minutos, após outro escanteio. Agüero tentou a finalização mas a bola acabou sobrando para Lautaro desviar de letra, sem chances para Fariñez.

A torcida argentina vibrou e voltou a provocar os anfitriões com o tradicional canto “Decime que siente” que lembra a vitória da Albiceleste sobre o Brasil nas oitavas de final da Copa de 1990 e que se popularizou no Mundial de 2014. Os torcedores brasileiros responderam lembrando os mil gols que “só Pelé” marcou.

A Argentina recuou um pouco após o gol mas manteve o controle da partida, com a Venezuela encontrando dificuldades para atacar diante de uma defesa mais sólida do que nos últimos jogos.

Lionel Messi apareceu um minuto após o gol, com um chute na entrada da área mas foi travado pela defesa.

Aos 36 minutos, o astro cobrou uma falta e Pezzella cabeceou por cima.

Três minutos depois a Venezuela tentou chegar em uma cobrança de escanteio de Moreno. Chancellor subiu, mas seu desvio também saiu alto demais.

Aos 45 minutos Messi deu um bom passe para Acuña, que cruzou para Lautaro, mas o lateral Rosales mandou para escanteio.

– Albiceleste amplia e administra –

A Argentina não mudou sua postura no início do segundo tempo e seguiu atacando. Lautaro Martínez recebeu um lançamento, e chutou mandando a bola rente à trave.

Precisando do gol, o técnico venezuelano Dudamel fez uma substituição ousada, tirando o zagueiro Mago e colocando em campo o atacante Yeferson Soteldo, que joga no Santos.

No lado argentino, a saída de Lautaro para a entrada de Di María também surpreendeu e provocou vaias, já que o autor do gol vinha bem na partida.

Outra troca feita por Scaloni foi a entrada do ex-titular Lo Celso no lugar de Acuña.

Aos 25 minutos a Venezuela finalmente teve uma chance de gol clara. Hernández se infiltrou na área e chutou cruzado para a defesa espetacular de Armani.

Mas foi a Argentina quem conseguiu balançar as redes mais uma vez. Agüero recebeu na entrada da área e chutou. O jovem goleiro Fariñez não conseguiu segurar e a bola sobrou para Lo Celso que só teve o trabalho de tocar para o gol.

Aos 38 minutos, Rondón quase marcou de cabeça mas Armani espalmou e ainda provocou um contra-ataque da Argentina, mas a bola foi muito longa para Sergio Agüero. Pouco depois, o atacante do Manchester City deu lugar a Paulo Dybala que quase não jogou neste torneio.

Di María poderia ter ampliado aos 42 após receber um passe de Messi na área, mas a bola explodiu na defesa venezuelana.

Com a vitória em seu melhor jogo na Copa América a Argentina espantou de vez a crise que rondava na fase de grupos e agora enfrenta o Brasil em igualdade de condições.

Lionel Messi segue em sua luta para finalmente conseguir erguer uma taça com a camisa de sua seleção e a Albiceleste sonha acabar com um jejum de títulos que já dura 26 anos.

jm/mcd/aam