Argentina se desculpa por cancelar amistoso em Jerusalém

ROMA, 06 JUN (ANSA) – A Associação de Futebol da Argentina (AFA) afirmou nesta quarta-feira (6) que o cancelamento do amistoso contra Israel, marcado para 9 de junho, em Jerusalém, foi motivado por ameaças à “segurança” de seus atletas.   

A declaração chega após o governo israelense ter acusado a “Albiceleste” de “ceder ao ódio”. “Pedimos desculpas a todos os israelenses que compraram ingressos e queriam assistir a uma partida que seria uma mensagem de paz. Não temos nada contra Israel, mas devemos proteger a segurança de nossos atletas”, afirmou o presidente da AFA, Claudio Tapia.   

“O futebol começa e termina no campo de jogo, não tem nada a ver com a violência, transcende as religiões, transcende os sexos, porque todos jogam futebol”, acrescentou o cartola. Já a ministra do Esporte de Israel, Miri Regev, disse que Lionel Messi e sua família receberam “ameaças terroristas”.   

“A decisão de anular a partida deriva disso. Um terrorismo como nas Olimpíadas de Munique”, reforçou, em referência ao atentado do grupo palestino Setembro Negro em 1972, quando morreram 11 membros da delegação israelense nos Jogos.   

O craque do Barcelona não se pronunciou sobre o episódio, embora os dois lados não hesitem em tentar falar por ele. “A partida em Jerusalém nascera da vontade de Messi de visitar a cidade e ir ao Santo Sepulcro e ao Muro das Lamentações”, acrescentou a ministra.   

Já o presidente da Federação Palestina na América do Sul, Rafael Araya Nasri, disse que Messi “incentivou pessoalmente” o cancelamento do amistoso, assim como Javier Mascherano e o técnico Jorge Sampaoli. A anulação também foi elogiada pelo grupo fundamentalista Hamas.   

A tensão na região atingiu seu ponto mais alto nos últimos anos após o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos. Desde o último dia 30 de março, mais de 110 palestinos já morreram durante protestos na fronteira entre Israel e Gaza.   

O país judeu diz que, desse total, mais de 90 pertenciam a grupos “terroristas”, como o próprio Hamas. (ANSA)