Guillermo Nielsen, presidente da petroleira argentina YPF e o mais alto representante do governo de Buenos Aires no fórum de Davos, disse nesta terça-feira que o país quer pagar sua dívida, mas que “precisa crescer primeiro”.

“Todos os argentinos querem pagar [a dívida], mas precisamos crescer”, disse ele em inglês durante um colóquio sobre as perspectivas econômicas da América Latina, no âmbito do Fórum Econômico Mundial, que reúne a elite política e econômica mundial na Suíça todos os anos.

A questão da dívida, tanto a dos credores privados quanto a do Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma das mais complexas enfrentadas pelo novo governo do peronista Alberto Fernández, em um contexto de inflação recorde em quase 30 anos e alerta social para os níveis de pobreza.

Fernández, que assumiu a presidência em 10 de dezembro, herdou uma dívida pública de cerca de 335 bilhões de dólares, equivalente a 93% do Produto Interno Bruto (PIB), incluindo um empréstimo de 44 bilhões de dólares do FMI.

“Temos um nível extremamente alto de dívida em pesos”, reconheceu Nielsen, preocupado com a dívida com credores privados, mas principalmente com a “situação mais complexa” do FMI.

Segundo Nielsen, o FMI fez uma “coisa incrível” por não respeitar suas próprias regras, então “uma das primeiras coisas que Alberto Fernández fez foi parar esse trem e dizer: ‘Não vamos aceitar mais nenhuma dívida do FMI'”.

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“É um desafio para a Argentina, mas especialmente para Kristalina Georgieva (a nova diretora-gerente do FMI), com quem ainda não negociamos, mas sabemos que ela é uma profissional, uma economista muito prática que gosta de fazer suas contas por si mesma”, disse ele.


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