TRIESTE, 11 FEV (ANSA) – A ecologista argentina Sandra Myrna Díaz, que está na Academia Mundial de Ciências (Twas) da Unesco desde 2010, e o antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio receberam o “Prêmio Tyler de Conquista Ambiental 2025” por seu trabalho sobre as conexões entre biodiversidade e humanidade.
O anúncio foi feito pelo Comitê Executivo do Prêmio Tyler, equivalente ao Prêmio Nobel do Meio Ambiente, nesta terça-feira (11). Os dois dividiram um prêmio de US$ 250 mil.
Para os dois cientistas, “a conquista é uma oportunidade de chamar a atenção para o vínculo estreito ? ou entrelaçamento ? que une a humanidade e a natureza, fazendo um apelo conjunto à política, aos modelos de negócios e a cada um de nós, para que cada um de nós reconheça nossa dependência da natureza e a responsabilidade compartilhada em relação ao que eles chamam de “tecido da vida”.
“A crise climática, a crise da biodiversidade e as escandalosas desigualdades socioeconômicas no mundo estão todas interligadas, conectadas pelo tecido vivo do planeta”, afirmaram os laureados em uma declaração conjunta.
Segundo a argentina e o brasileiro, “elas devem ser abordadas de forma integrada”, porque não se pode “resolver uma dessas crises sem abordar as outras duas”.
“Justiça social e ambiental e respeito por nossas conexões com outras formas de vida na Terra devem ser incorporados em políticas, regulamentações e iniciativas do público, da sociedade civil e dos setores privados”, acrescentaram.
Já o presidente da Twas, Quarraisha Abdool Karim, afirmou que o “prêmio destaca a alta qualidade da ciência e da inovação no Sul Global, elementos-chave para enfrentar os difíceis desafios que enfrentamos hoje globalmente”.
Myrna Díaz é uma das vozes mais autorizadas em ecologia. Ela é professora de ecologia na Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, e membro sênior do Conselho Nacional de Pesquisa (Conicet) da Argentina. Brondízio, por sua vez, é professor do Departamento de Antropologia da Indiana University, nos Estados Unidos. (ANSA).