A seleção argentina liderada por Lionel Messi jogará a Copa América do Brasil-2019 sem o favoritismo habitual, mas sabendo que seus torcedores não aceitarão um resultado que não seja o título no Maracanã.

Há 26 anos que a Alviceleste não ergue um troféu. O último foi justamente a Copa América do Equador-1993. A geração de Messi está em dívida com os torcedores.

“Quero terminar minha carreira tendo vencido algo com a seleção ou tentando todas as vezes possíveis”, declarou o atacante, que encanta o mundo do futebol quando atua pelo Barcelona.

Com a camisa da Argentina, o sucesso parece ter virado as costas para Messi. O pequeno gênio foi eliminado nas quartas de final das Copas do Mundo da Alemanha-2006 e da África do Sul-2010. No Brasil-2014, perdeu na final.

Seu histórico em Copas América é ainda mais amargo, tendo perdido três finais: na Venezuela-2007, Chile-2015 e Copa Centenário nos Estados Unidos-2016. Na Argentina-2011, foi eliminado nas quartas de final.

 

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– Ensaio de orquestra –

 

Quando se apresentou à seleção para os treinos de preparação para a Copa América-2019 em final de maio, Messi se reuniu pela primeira vez com César Luis Menotti, diretor esportivo de seleções da Argentina e técnico campeão do mundo em 1978 com seu país.

“Estou feliz de poder conhecê-lo pelo o que significa para nossa história, porque ele está entre os maiores com Alfredo Di Stéfano, Pelé, Diego Maradona e Johan Cruyff”, elogiou Menotti.

Mas como explicar o rendimento abaixo da expectativa da Argentina mesmo quando um dos melhores jogadores da história está vestindo sua camisa?

Essa seca de títulos de Messi gera tantos questionamentos que até o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama se atreveu a palpitar: “Poucas pessoas conseguem conquistar algo sozinhas”.

Para Menotti, a receita para a Argentina voltar a conquistar títulos é simples: “Os jogadores são como músicos de uma orquestra, tem valor por suas horas de ensaio”.

Sempre faltaram ao time essas horas de preparação séria. Já técnicos de renome nunca faltaram. Na seleção, Messi foi treinado por José Pekerman, Diego Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Gerardo Martino, Eduardo Bauza e Jorge Sampaoli. Nenhum deixou o cargo com um título no bolso.

Agora, após um giro de 180 graus, quem manda na equipe é Lionel Scaloni, que carece de experiência, nem sequer em clubes, salvo as cinco vitórias, duas derrotas e um empate que conseguiu desde que assumiu o cargo após a Copa da Rússia-2018.

 

– Os melhores –


 

No início, Scaloni tinha sido encarregado de renovar a equipe. “Estamos em um momento de mudança e renovação”, explicou. Mas, na hora de escolher os 23 convocados para a Copa América, acabou chamando jogadores questionados por um setor dos torcedores.

Voltaram assim o zagueiro Nicolás Otamendi e os atacantes Sergio Agüero e Ángel Di María. Deixou de lado no último momento o midiático Mauro Icardi, mas manteve Paulo Dybala, além de confiar nos jovens atacantes Lautaro Martínez e Matías Suárez.

“São os melhores”, justificou Scaloni. Brigarão pela titularidade debaixo do gol Franco Armani e Esteban Andrada. Os donos das laterais serão Renzo Saravia e Nicolás Tagliafico.

No meio de campo, os escolhidos devem ser Leandro Paredes e Giovani Lo Celso. “Argentina é Argentina, vamos lutar até o fim para que seja a melhor”, prometeu Agüero, artilheiro do Manchester City, campeão inglês.

A Argentina estreia na Copa América em 15 de junho contra a Colômbia em Salvador. Em seguida, encara Paraguai e Catar. Nesta sexta-feira, jogará um último amistoso contra a Nicarágua. Será que haverá tempo para a orquestra ensaiar?

 

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