08/07/2021 - 18:32
O cara a cara entre dois astros do futebol mundial, o duelo entre os ataques com mais gols marcados e uma rivalidade que transcende fronteiras. Cinco destaques da tão esperada final da Copa América-2021 entre Argentina e Brasil que será disputada neste sábado no Maracanã.
Lionel Messi e Neymar, os melhores jogadores do torneio, se enfrentam pela segunda vez em uma final. A primeira foi em 2011, no Mundial de Clubes, com a goleada do Barcelona por 4 a 0 sobre o Santos.
No Barça se encontraram novamente em 2013 e formaram um trio ofensivo mortal junto com o uruguaio Luis Suárez, de quem além dos gols e a magia veio também uma amizade.
“Eu torço pela Argentina (na semifinal contra a Colômbia), porque tenho amigos lá, e na final o Brasil vai vencer”, disse ‘Ney’.
O argentino é o artilheiro, com quatro gols, e quem deu mais assistências, com cinco. O brasileiro está atrás com dois gols e três assistências.
As estatísticas, porém, não bastam para medir a notável influência – com dribles e a ginga – em suas equipes.
Os dois lutam por sua primeira Copa América, competição que nem Pelé nem Maradona venceram. Messi perdeu três (2007, 2015 e 2016) e Neymar desfalcou o Brasil, devido a uma lesão, no título de 2019.
“Vamos atrás da glória”, avisou ‘La Pulga’.
As equipes de Tite e Lionel Scaloni são as que mais balançaram as redes. Em seis jogos, a seleção brasileira comemorou doze vezes enquanto a Albiceleste, onze.
O Brasil tem uma distribuição mais ‘democrática’: Neymar e Lucas Paquetá marcaram dois gols, enquanto Casemiro, Militão, Richarlison, Marquinhos, Alex Sandro, Everton Ribeiro, Firmino e “Gabigol” fizeram os demais.
Na Argentina há uma concentração. Messi tem quatro, Lautaro Martínez três e Alejandro “Papu” Gómez dois. Guido Rodríguez e Rodrigo de Paul festejaram os outros.
E as duas equipes não só marcam gols, como também evitam. A seleção verde-amarela tem a defesa menos vazada com apenas dois gols sofridos em seis jogos. A Argentina sofreu três, um a mais que o Uruguai.
Alguns historiadores apontam que a rivalidade surgiu no início do século 20 em meio às aspirações de ambas as nações de emergirem como potências do Cone Sul.
Para outros, é uma questão puramente esportiva que foi alimentada conforme cresciam no futebol e a resposta à pergunta: Quem é melhor, Pelé ou Maradona? Seja qual for o motivo, o fato é que Argentina-Brasil é certamente a rivalidade mais forte entre seleções. Brasileiros destacam suas cinco conquistas mundiais; os albicelestes, bicampeões mundiais, os gênios Maradona, Di Stéfano e Messi.
“Brasil e Argentina vão muito além de uma simples partida de futebol”, disse o zagueiro Marquinhos. “Essas camisas fizeram o mundo parar para assistir aos jogos”.
“Vamos jogar uma final contra nosso eterno rival, nosso rival de longa data, os dois times mais poderosos da América do Sul”, disse Scaloni.
Setenta anos depois, o fantasma do ‘Maracanazo’ ainda paira no Brasil.
No dia 16 de julho de 1950, o Uruguai conquistou sua segunda Copa do Mundo depois de virar o placar e vencer por 2 a 1 no Maracanã, o imponente estádio que na época tinha capacidade para 200.000 pessoas e havia sido construído para aquele torneio. O revés foi um trauma para gerações de brasileiros.
Setenta anos depois, Messi pode tirar a Copa América das mãos do Brasil, campeão nas cinco vezes em que sediou o evento (1919, 1922, 1949, 1989 e 2019).
Se isso acontecer, a vitória argentina poderá ser menos chocante. O Maracanã, hoje casa do Flamengo e do Fluminense, reduziu sua capacidade para 78 mil pessoas, mas suas arquibancadas ficarão sem público devido aos protocolos contra a pandemia.
O formato do torneio permite que equipes com pontuação baixa sejam finalistas. Na Argentina-2011, o Paraguai fez a final, vencida pelo Uruguai, sem ter vencido uma única partida.
Na Copa América-2021, a sétima partida será um duelo entre as duas equipes com melhor desempenho. Os atuais campeões conquistaram 16 dos 18 pontos em disputa. Seus adversários somaram 14. Ambos estão invictos.
A seleção ‘canarinho’ vai buscar o décimo título enquanto a ‘Albiceleste’ seu décimo quinto, para empatar com o Uruguai como maiores vencedores.
“O Brasil começou a Copa América forte e chega ao fim com desgaste, um certo cansaço”, escreveu o comentarista Paulo Vinícius Coelho do Globo Esporte. “A previsão é de que não será uma final fácil (…) diante da Argentina, em franco crescimento”.
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