Argentina anuncia força-tarefa contra narcotraficantes do Brasil

BUENOS AIRES, 5 AGO (ANSA) – A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta terça-feira (5) que o novo Departamento Federal de Investigações (DFI) se concentrará em estudar e desmantelar ramificações do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa da América do Sul, em seu país.   

O anúncio é feito quatro dias após a captura de Fábio Rosa Carvalho, líder da quadrilha criminosa “Os Manos”, preso na última sexta-feira (1º) no bairro de Caballito, em Buenos Aires, durante uma operação conjunta da polícia argentina e agentes enviados do Brasil.   

“A primeira investigação fundamental que vamos entregar ao DFI é a investigação do PCC na Argentina”, declarou Bullrich, durante entrevista coletiva realizada na sede do seu ministério.   

Por sua vez, o comissário-geral Pascual Bellizi, que foi formalmente apresentado como chefe da DFI (Unidade de Inteligência Fiscal) da Polícia Federal, alertou que “o PCC é uma organização criminosa violenta que surgiu há aproximadamente 30 anos no Brasil” e estendeu seu poder por todo o país “e seu interesse é expandir-se inicialmente para as Américas”.   

Advogado e especialista em investigações, Bellizi especificou que sua equipe está trabalhando agora “na identificação desses indivíduos e no desmantelamento dessa organização”, com o objetivo de “impedir a todo custo” sua instalação na Argentina, “porque esse tipo de organização é muito violenta, trazendo crimes e outros tipos de delitos para os locais onde opera”.   

“São organizações mafiosas. Elas têm cerimônias de iniciação e registro e fazem acordos para sua vida criminosa futura, onde a mesma organização, que tem significativo poder econômico, cuida de suas famílias e membros, fornecendo apoio em sua vida criminosa diária”, acrescentou.   

Questionado sobre a situação jurídica de Rosa Carvalho, Bellizi confirmou que o plano é extraditá-lo para o Brasil, seu país natal. “Ele é acusado de mais de 100 homicídios lá”, afirmou o comissário-geral.   

Após escapar de um presídio brasileiro, onde cumpria pena por homicídio e tráfico de drogas, Carvalho permaneceu foragido por quase três anos, até a última sexta-feira, quando foi preso no bairro de Caballito, em Buenos Aires, às 19h45 (horário local), na Avenida Pedro Goyena, 800.   

A operação envolveu uma equipe da Divisão de Prisões e Fugitivos da Polícia da Cidade de Buenos Aires, além de agentes de Roubos e Furtos da Polícia da província de Córdoba e uma delegação da Polícia Civil do Brasil. (ANSA).