Apenas 2% dos estudantes do primeiro ano de medicina na Universidade de La Plata, na Argentina, conseguiram ser aprovados no primeiro quadrimestre, informou na quarta-feira o Conselho Superior da instituição pública.

Os dados mostram que 98% dos quase 3.100 alunos que estudam para ser médicos na faculdade da cidade de La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, foram reprovados nos exames.

O Conselho Superior, órgão máximo da universidade, exigiu que sejam realizadas provas de recuperação para os alunos reprovados.

Historicamente, a gestão conservadora da Faculdade de Medicina de La Plata se opôs à admissão irrestrita de alunos que prevalece na Argentina. Apesar da facilidade para entrar na universidade, as limitações dos estudantes aparecem já no primeiro ano do curso.

“É um problema sério. Estamos pedindo às universidades que, em vez de realizar cursos e exames, ajudem no ensino secundário, para fortalecer a qualidade”, disse à rádio La Red o ministro federal de Educação, Esteban Bullrich.

O ministro disse que se tentará avaliar os alunos na educação primária para ver se estão aprendendo a ler e escrever corretamente. “Se fazemos isso no quinto ano [do secundário], chegamos tarde”, afirmou.

Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em fevereiro revelou que, dos 64 países avaliados, Brasil, Argentina, Peru e Colômbia estão entre os dez cujos estudantes têm piores desempenhos em áreas como matemática, ciência e leitura.