As áreas inscritas na lista de patrimônio mundial da Unesco constituem a última proteção das espécies ameaçadas no mundo, afirmou a agência da ONU, que fez um apelo de proteção aos locais aos 195 países signatários.

Os 1.157 sítios naturais e culturais inscritos no patrimônio mundial da Unesco representam menos de 1% da superfície terrestre, mas representam mais de 20% das espécies mapeadas no mundo, afirma um estudo da agência da ONU que tem o título “Patrimônio Mundial: uma contribuição única para a conservação da biodiversidade”.

“Os sítios do patrimônio mundial são a última linha de defesa das espécies, pois abrigam algumas das mais ameaçadas do mundo, como a vaquita-marinha, o cetáceo mais ameaçado do mundo, ou o rinoceronte de Java, do qual restam apenas 60 exemplares”, afirmou Lazare Eloundou-Assomo, diretor de patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

“Caso as vaquitas-marinhas sejam extintas, perderemos uma grande parte de nossa compreensão da história da biodiversidade em nosso planeta”, acrescentou.

“O mesmo acontece com os últimos pandas ou os últimos rinocerontes. Todas estas espécies estão em sítios de patrimônio mundial e se a linha de defesa destas espécies for rompida, seria um enorme perigo para a humanidade”, disse.

Tales Carvalho Resende, diretor de projetos do comitê de patrimônio mundial e um dos autores do estudo, afirmou que os 1.157 sítios abrigam mais de 75.000 espécies de plantas e mais de 30.000 espécies de mamíferos, pássaros, peixes, répteis e anfíbios. O mundo tem 600.000 espécies.

Estes locais “protegem mais de 20.000 espécies ameaçadas no mundo. Mas o estado de preservação de um terço dos sítios naturais está ameaçado pela mudança climática, o que significa que é urgente realizar ações de adaptação e prevenção”, insistiu.

Para Eloundou-Assomo, “a biodiversidade é essencial para o equilíbrio da humanidade e, felizmente, temos estes sítios para proteger estas espécies, porque com toda a pressão humana e os projetos de infraestrutura não restaria nada. A conscientização destes perigos deve ser um sinal de alerta, porque o planeta está em perigo”.

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