Em entrevista o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (18), o procurador-geral da República, Augusto Aras, negou que tem sido omisso em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e diz que não faz política na PGR.

Questionado sobre se o sistema de votação brasileiro é confiável ou pode ser fraudado, uma vez que Bolsonaro alega, sem provas, que as urnas são passíveis de fraude, Aras disse que responderia a juridicamente, uma vez que não participa de discurso político.

“Juridicamente, o procurador-geral da República participou, na minha gestão em especial, de todos os atos pertinentes às eleições, legitimando as eleições, todas elas, inclusive com a minha pessoa, eu presente fisicamente a todos os atos com o ministro [Luís Roberto] Barroso“, disse o PGR.

Evitando responder pessoalmente, sempre colocando o cargo à frente de sua pessoa, Aras diz que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) possui um vice-procurador eleitoral que, “por força da lei, é delegado pelo procurador-geral da República, fala em nome do procurador-geral da República. E esse vice-procurador, doutor Renato Brill de Góes, se manifestou em todos os instantes a favor do sistema de votação”, diz.

Sobre a PEC rejeitada na Câmara dos Deputados a respeito do voto impresso, Aras disse que já havia falando que o assunto seria superado pelo plenário da Câmara. “Dessa forma, não houve em nenhum momento nenhuma omissão do procurador-geral da República”, diz o PGR.

Segundo a reportagem, Aras demonstrou incômodo ao ser questionado sobre sua atuação à frente da Procuradoria-Geral da República e encerrou a conversa após 13 minutos, sob alegação de que tinha agenda a cumprir.