Uma pequena ararinha-azul, como a retratada no filme de animação “Rio”, da que restam apenas 130 exemplares em cativeiro no mundo, foi vista recentemente no estado da Bahia, mais de 14 anos depois do seu desaparecimento do nordeste do Brasil.

“É uma notícia muito boa, mas o mistério é total”, declarou na sexta-feira à AFP Pedro Develey, diretor da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save).

“A origem desta ararinha-azul, ou Cyanopsittaspixii, que é seu nome científico, é incerta. Talvez estivesse mantida em cativeiro sem autorização e seu proprietário a soltou para evitar problemas”, disse Develey.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou recentemente uma grande operação contra o tráfico de animais na região, explicou o diretor.

A ararinha-azul foi gravada em vídeo na semana passada por camponeses do município de Curaçá, na Bahia, que trabalham no projeto “Ararinha na natureza”, que busca reintroduzir esta espécie no seu habitat natural, em associação com a Save Brasil.

“Por sorte a filmaram, porque ninguém iria acreditar. Seu canto característico é fácil de reconhecer”, ressaltou Develey, que foi ao lugar mas não encontrou a pequena arara.

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O especialista afirmou que na semana que vem uma equipe viajará a Curaçá, em uma região isolada, para procurar a ave.

Em setembro de 2000, a última ararinha-azul que vivia em liberdade no planeta desapareceu do seu habitat, na zona semiárida de Curaçá – provavelmente após ser capturada ou morta por traficantes de aves.

A maioria dos 130 exemplares da ararinha-azul criados em cativeiro está no Qatar. No brasil, há apenas 12.

“A espécie contará (no futuro) com ao menos 150 exemplares no mundo”, e “a fase de reintrodução na natureza começará”, afirmou Develey.

Em março de 2015, um casal dessa pequena arara foi enviado à Alemanha, com o objetivo de reproduzir a espécie.

Em dezembro de 2014, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou o nascimento “pela primeira vez em 14 anos” de duas ararinhas-azuis em um centro científico de São Paulo.

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