Omã, um país do Golfo geralmente neutro diante das tensões entre Arábia Saudita e Irã, uniu-se à coalizão militar de países muçulmanos instaurada por Riad “para combater o terrorismo”, anunciou nesta quinta-feira a agência oficial saudita SPA.

O sultanato se converte, assim, no 41º país desta coalizão cuja criação foi anunciada há um ano por Mohamed ben Salman, vice-príncipe herdeiro e ministro da Defesa da Arábia Saudita, acrescentou a SPA.

O príncipe Mohamed recebeu uma mensagem por escrito de Badr ben Said al Busaidi, ministro de Omã encarregado de assuntos de Defesa, e “expressou sua apreciação” pelo apoio de Mascate aos “esforços da Arábia Saudita”, que assumiu “a liderança da coalizão militar islâmica para combater o terrorismo”, prosseguiu a agência.

Embora forme parte do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Omã costuma adotar posições neutras nos conflitos da região. O sultanato não está associado à coalizão militar árabe montada em 2015 pela Arábia Saudita para combater os rebeldes acusados de vínculos com o Irã no Iêmen.

Desde que o príncipe Mohamed, filho do rei Salman, anunciou a formação da coalizão “antiterrorista”, em dezembro de 2015, pouco foi divulgado sobre seu funcionamento.

Dotada de um centro de comando com sede em Riad, a coalizão tem o objetivo de “apoiar operações militares de luta contra o terrorismo” mediante a troca de informação e, em caso de necessidade, a mobilização de tropas.

A Arábia Saudita já forma parte da coalizão militar internacional que combate há mais de dois anos o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, embora os ocidentais tenham criticado Riad por reduzir seu compromisso devido ao seu envolvimento no Iêmen.

Europa e Estados Unidos acusam regularmente a Arábia Saudita de alimentar o extremismo por sua ideologia wahabita.