A Pop Art é a precursora das fotos no Instagram e nas redes sociais. É a explosão da cultura das celebridades e de ícones difundidos desde as décadas de 50 e 60, influenciando massas com uma linguagem simplificada do consumismo que surgiu no pós-guerra americano. Foi desenvolvida nas ruas, fora das galerias de arte famosas. Começou de forma despretensiosa, representando produtos, marcas e símbolos de massa para influenciar a vida, as visões e os hábitos das pessoas. Assim que começaram a usar os símbolos e ícones comuns, os artistas logo se tornaram estrelas, ingressando de forma marcante no mundo de celebridades.

Talvez, um novo estilo mundial surja depois da guerra da Ucrânia com a Russa, mas, para apresentar esse movimento cultural que impacta até hoje as nossas vidas, selecionei 10 artistas que considero os mais influentes da Pop Art:

1- Andy Warhol (1928-1987)

Fotos Reprodução

Andy Warhol é provavelmente a figura mais influente da Pop Art. Ele próprio se tornou uma celebridade de renome ao retratar famosos da época. Embora tenha morrido há mais de três décadas, Warhol continua no topo dos artistas mais queridos do mundo. Ele é uma unanimidade e é considerado um gênio da arte pop americana pela modernidade de sua obra. Warhol moldou a maneira como lembramos das décadas de 60 e 70 e seu estilo continuará influenciando muitas gerações. Foi pioneiro no entendimento da ‘cultura das estrelas’ e na importância da propaganda para o sucesso artístico. Seu estúdio, também conhecido como Fábrica, tornou-se uma colmeia para celebridades de sua época, atraindo pessoas poderosas e ajudando na difusão de seu nome como ‘marca’. Warhol deu voz à cultura das celebridades como ninguém e suas obras ainda influenciam a arte, a moda e o design dos dias de hoje. Ficou mundialmente famoso com seu trabalho e com o registro de alimentos do dia a dia, como as sopas Campbell. Conheça mais sobre ele, na coluna que recentemente escrevi.

2- Keith Haring (1958-1990)

O americano Keith Allen Haring começou como Street Artist, deixando marcas e mensagens nas ruas e nas estações de metrô de Nova York. Foi influenciado pelo pai, que criava personagens de desenhos animados para ele. Suas obras são facilmente identificadas graças ao seu estilo marcante no registro da subcultura dos anos 80, anos dominados pela AIDS e pelo abuso de drogas. Defendia um movimento de acesso à arte. Em abril de 1986, Haring abriu a Pop Shop no SOHO, vendendo mercadorias com seu trabalho. A crítica foi implacável, entretanto ele se defendeu, dizendo que seria possível ganhar mais dinheiro aumentando os preços das obras, mas que preferia possibilitar uma extensão do seu trabalho nas estações de metrô, quebrando barreiras e preconceitos. Sorte de quem comprou suas obras na época nas esquinas nova-iorquinas. Hoje, elas valem mais de 4 milhões de dólares.

3- Roy Lichtenstein (1923-1997)

Roy Lichtenstein é um dos pais da Pop Art e um dos maiores influenciadores deste tipo de arte até os dias de hoje. Ele definiu a pop art não como pintura americana, mas como pintura industrial. Era disruptivo, inspirado em quadrinhos de guerra, de histórias românticas e até de qualquer coisa que pudesse usar como assunto emocionalmente forte. Como um dos expoentes da Pop Art, criou suas primeiras pinturas baseadas em histórias em quadrinhos e em anúncios. Esses desenhos revigoraram a cena artística americana e alteraram a história da arte moderna. O sucesso de Lichtenstein foi acompanhado por seu foco, por um trabalho diário de mais de dez horas e por muita energia. Criou mais de 5.000 pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e murais ao longo da vida. Recentemente, uma de suas obras foi leiloada por 95,4 milhões de dólares. Saiba mais sobre o artista, na coluna que produzi recentemente.

4- Mimmo Rotella (1918-2006)

Foi um artista incrivelmente ativo na segunda metade do século XX e é considerado uma das figuras mais importantes da arte europeia do pós-guerra. Ele combinou peças de anúncios e cartazes em seus trabalhos de decolagem, uma técnica artística que, ao invés de adicionar elementos na obra, parte-se de um objeto artístico do qual as partes são destacadas. Gostava de usar cartazes antigos para criar uma estética tremendamente expressiva e poderosa, mostrando inovação artística e dando dignidade a objetos comuns. Ganhou fama com várias exposições, em especial na década de 90, quando teve suas obras em destaque no New York Guggenheim Museum (1994), no Centre Pompidou (1996) e no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (1996).

5- James Rosenquist (1933-2017)

Sem dúvida, ele está entre os mais famosos artistas de Pop Art do mundo, junto com Warhol e Lichtenstein. Seu trabalho mergulhou profundamente na cinematografia e na publicidade, partindo de sua formação. James Rosenquist empregou na arte técnicas que eram apenas usadas em trabalhos comerciais, criando uma mistura de imagens fragmentadas de ícones atuais, objetos do cotidiano e comidas populares como batons gigantes ou espaguete.

6- Robert Indiana (1928-2018)

Sabe aquela escultura ‘LOVE’ (1970) que tem em Manhattan -Nova Iorque? Pois bem, ela é uma das obras de Robert Indiana, artista americano que influencia até os dias de hoje o design. Como cenógrafo e figurinista, teve uma carreira muito interessante. Ele se tornou uma das figuras proeminentes da arte americana na década de 1960 e, por muitas décadas, desempenhou um papel central no desenvolvimento da arte pop e da pintura hard-edge. Ele se autoproclamou “pintor americano de signos” para explorar a identidade americana, a história pessoal e o poder da abstração e da linguagem, estabelecendo um importante legado que ressoa no trabalho de muitos artistas contemporâneos da atualidade.

7- James Gill (1934-atual)

Como figura central da Pop Art, ele é especialmente conhecido por seu ‘Marilyn Triptych’ (1962), que entrou para a coleção permanente do MOMA, em 1962. Suas obras são baseadas na cultura da celebridade e nos ícones da vida moderna, sempre com forte apelo político. Em sua obra há um nível crítico, lançando uma luz sombria e melancólica sobre importantes temas, como Guerra do Vietnã. Tirou um enorme sabático de quase três décadas e retomou seu trabalho em 2010 se concentrando no imaginário pop das celebridades, misturando realismo e abstração de uma forma muito mais serena.

8- David Hockney (1937-atual)

Ele parece um vovô, mas tem a vitalidade de um jovem de 20 anos. A primeira impressão é que sua pintura é simples, mas sua obra é muito mais do que o desenho de piscinas. Como pintor, desenhista, gravador, cenógrafo e fotógrafo, Hockney é um dos mais proeminentes artistas pop britânicos. Seu estilo de pintura combina uma ideia figurativa com cores vibrantes e cenários extremamente expressivos, sendo facilmente reconhecíveis. Na sabedoria dos seus quase noventa anos, destaca que estamos quase perdendo o sentimento de pertencer. Nessa jornada, ele continua produzindo intensamente. Seu trabalho reforça a ideia de que a natureza vai continuar e que a Covid-19 parou o mundo, mas não conseguiu impedir que a primavera ressurgisse. Recentemente, um de seus quadros foi leiloado por mais de 90 milhões de dólares. Acompanhe coluna que escrevi sobre o artista.

9- Takashi Murakami (1962-atual)

O artista contemporâneo Takashi Murakami é uma figura importante tanto para a Pop Art quanto para a cultura japonesa. Como pintor, escultor e artista comercial, desenvolveu obras inspiradas na iconografia de seu país, acabando com as barreiras existentes no universo da arte. Originário de Tóquio, seu estilo artístico apresenta motivos recorrentes e personagens inspirados em ícones e em anime, retratados em cores vivas em grandes superfícies. Suas esculturas em tamanho real são impressionantes e foram inclusive amplamente aplaudidas por quem teve a oportunidade de ir à exposição em sua homenagem que ocorreu recentemente no Instituto Tomie Ohtake.  Suas obras estão intimamente conectadas à subcultura japonesa. Na década de 1990, inventou a personagem de Mr. DOB (derivada da gíria japonesa “dobojite”- por quê?), com o qual critica a sociedade de consumo, sem vida e extremamente vazia. No início, DOB era uma figura que evocava um robô ou Mickey Mouse. Porém, ao ser revisitado pelo artista, o personagem evoluiu para muitos perfis diferentes, sendo capaz de até cuspir uma saliva paralisante em suas vítimas. Murakami tornou-se um fenômeno no cenário internacional pela forma singular que entende o universo da arte, como artista e colecionador. Em seu estúdio em Tóquio, trabalham cerca de 100 pessoas e, no que depender dele, a produção continuará a todo vapor.

10- Yayoi Kusama (1929-atual)

 A japonesa Yayoi Kusama é uma das artistas mais renomadas e importantes do mundo. Seu trabalho explora Pop Arte, misturado com arte conceitual, modelos minimalistas com pitada de surrealismo, Art Brut e expressionismo abstrato. Os mais céticos e invejosos dizem que ela é narcisista, obcecada e louca. Os antenados, admiram cada movimento que ela dá. Todos concordam que loucura e arte nem sempre seguem o mesmo caminho, mas, em alguns casos, essa combinação funciona como combustível para a criatividade. Seu trabalho mistura colagens, pinturas, esculturas, arte performática e instalações ambientais. Suas bolinhas viraram obsessão e a levaram para o estrelato, junto com sua obra que é fruto de uma mente criativa e descolada. Suas criações expandiram as telas e estão presentes em roupas, vídeos, esculturas e até em corpos nus apresentados com cores psicodélicas. Saiba mais sobre a artista no link.

Com todas essas caraterísticas, a cultura pop tornou-se uma categoria expandida e deve continuar presente em nossas vidas, influenciando inclusive as redes sociais, os games e o consumo digital. Portanto, podemos dizer que os novos horizontes da arte certamente serão impactados por esse estilo. Se desejar saber mais sobre um artista ou se tiver uma boa história para compartilhar, aguardo sua mensagem pelo Instagram Keka Consiglio, Facebook ou no Twitter.