Sabe-se que a perda da dentição natural, condição comum na saúde bucal do idoso, influencia em diversos aspectos da qualidade de vida e do organismo, dentre os quais, o aspecto estético, a pronúncia, a digestão e, principalmente, a mastigação.

Um indivíduo com todos os dentes tem uma capacidade mastigatória de 100%, mas pessoas que utilizam prótese total perdem essa capacidade, que cai para 25%. Em um estudo do caderno nacional de saúde publica de Santa Catarina, a prevalência do edentulismo (falta de dentes)
em idosos acima de 65 anos ficou em 68%, e apenas 3,9% (um pequeno percentual dos idosos) não usam qualquer tipo de
prótese.

“Uma completa dentição garante uma boa mastigação e, com isso, evita problemas gástricos, intestinais, avitaminoses, entre outros”, afirma Mauro Macedo, membro da Academia Brasileira de Odontologia.

“A boca seca, que pode ser causada por doenças ou ingestão de determinados
medicamentos, por exemplo, pode levar a consequências desastrosas, como o mau hálito em decorrência desse fator”, acrescenta o especialista.

“A carência da vitaminas C e D3 (comum no idoso) pode levar, ainda, a um quadro recorrente e grave de gengivite e periodontite agravado,
principalmente, quando associado a uma má alimentação e a algumas doenças sistêmicas, como diabetes e higiene deficiente”, aponta.

As tão comuns próteses dentárias dos idosos têm vida útil, ou seja, devem ser substituídas em um prazo médio de 2 anos, segundo Mauro Macedo. “Além disso, as próteses removíveis perdem sua adaptação à boca com o passar do tempo, pois o osso alveolar (osso que a prótese se apoia), vai atrofiando. Por isso, vale salientar o comum mau cheiro do acrílico das mesmas”, complementa.

Por essas razões, o profissional listou 10 passos para a saúde bucal em idosos:

1. higiene bucal com fio dental, escova macia e uso de pasta dental sem excesso;

2. limpar as próteses com pastilhas desinfectantes e sabão neutro;

3. escovar a língua toda;

4. ingestão de bastante agua;

5. Fazer exames periódicos para monitorar os níveis adequados de vitamina D3;

6. repor a vitamina C;

7. consultar um dentista, no máximo, a cada 4 meses;

8. alimentação equilibrada e saudável, evitando ingestão de gorduras em
excesso;

9. controlar diabetes e taxas de gicose;

10. autoexame na busca de lesões na boca que demorem mais de 15 dias para desaparecerem (lábios, garganta, gengivas, céu da boca e língua).