13/03/2024 - 12:19
A apreensão de macacos na casa da influenciadora Nicole Bahls, em janeiro de 2023, resultou na Operação Defaunação, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de terça-feira, 12, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de animais silvestres.
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A influenciadora não é investigada na operação. Na ação, três pessoas foram presas preventivamente e os agentes cumpriram 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Niterói (RJ), nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo (RJ), Itaboraí (RJ) e Maricá (RJ).
De acordo com a PF, a quadrilha falsificava documentos e selos públicos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do INEA (Instituto Estadual do Ambiente). Para isso, o grupo contava com a participação de caçadores, receptadores, servidores do INEA e do CPAm (Comando de Policiamento Ambiental), além de uma universitária e dois médicos veterinários.
“Os animais, que também recebiam uma série de maus-tratos por parte dos integrantes da quadrilha, eram vendidos, em sua maioria nas redes sociais poderiam vir acompanhados de ‘kit’ de documentos falsos”, explicou a PF.
A corporação identificou, até o momento, que 120 macacos-prego foram traficados, incluindo macacos-prego-de-crista, ameaçados de extinção. Também eram oferecidos iguanas, cervos, araras, papagaios e outros pássaros.
A quadrilha cobrava de R$ 20 mil a R$ 120 mil, “a depender da espécie e se viriam acompanhados ou não de documentos falsos”.
Os integrantes da quadrilha podem responder pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. As penas, somadas, podem chegar a 58 anos de prisão.
“Os compradores poderão responder pelo crime de receptação, visto que estavam cientes da ilegalidade dos animais ao adquiri-los, com exceção dos que colaborarem entregando os animais espontaneamente e dando esclarecimentos à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente da PF”, afirmou a corporação.