A Apple defendeu seu modelo iPhone 12 na quarta-feira (13), depois que um órgão de fiscalização francês ordenou a suspensão de suas vendas, citando violações dos limites de exposição à radiação da União Europeia.
A medida francesa levantou a perspectiva de novas proibições na Europa. O regulador de rede da Alemanha, BNetzA, disse que poderia iniciar procedimentos semelhantes e estava em contato próximo com as autoridades francesas, enquanto o grupo de consumidores da OCU da Espanha instou as autoridades locais a suspender as vendas do iPhone 12.
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A Apple disse em um comunicado que o iPhone 12, lançado em 2020, foi certificado por vários órgãos internacionais como compatível com os padrões globais de radiação, que forneceu vários resultados de laboratórios da Apple e de terceiros comprovando a conformidade do telefone à agência francesa, e que estava contestando suas conclusões.
Os pesquisadores conduziram um grande número de estudos nas últimas duas décadas para avaliar os riscos à saúde resultantes dos telefones celulares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nenhum efeito adverso à saúde foi até agora estabelecido como sendo causado pelo uso de telefones celulares.
A Agence Nationale des Fréquences (ANFR) da França disse à Apple na terça-feira para interromper as vendas do iPhone12 na França depois que testes que ela disse mostraram a Taxa de Absorção Específica (SAR) do telefone – um medidor da taxa de energia de radiofrequência absorvida pelo corpo a partir de uma peça de equipamento – foi maior do que o legalmente permitido.
A fiscalização disse que enviaria agentes às lojas da Apple e outros distribuidores para verificar se o modelo não estava mais sendo vendido e que a omissão de ação resultaria no recall dos iPhone 12 já vendidos aos consumidores.
Especialistas da indústria disseram que não havia riscos de segurança, uma vez que os limites regulatórios de SAR foram estabelecidos bem abaixo dos níveis onde os cientistas encontraram evidências de danos.
“Do ponto de vista da saúde e da segurança, não é como se isto colocasse alguém em risco”, disse o professor Rodney Croft, presidente da Comissão Internacional de Proteção contra Radiações Não Ionizantes (ICNIRP), que estabelece diretrizes globais sobre o Limites de SAR.
Os limites – baseados no risco de queimaduras ou insolação devido à radiação do telefone – já estão definidos 10 vezes abaixo do nível em que os cientistas encontraram evidências de danos.
Croft disse que as descobertas francesas podem diferir daquelas registradas por outros reguladores porque a ANFR avalia a radiação com um método que pressupõe contato direto com a pele, sem camadas têxteis intermediárias, entre o dispositivo e o usuário.
Uma fonte do governo francês também disse que o teste francês era diferente do método utilizado pela Apple.
Os testes de radiação de smartphones levaram até agora a 42 paradas de vendas no país. É a primeira vez que a Apple é afetada por tal mudança.