O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja para a Geórgia, nesta terça-feira (15), com a missão de promover as candidaturas de dois democratas ao Senado, duas cadeiras cruciais para seu governo e que serão definidas em uma eleição extraordinária depois que nenhum candidato obteve mais de 50% dos votos.
Biden chega à Geórgia com o impulso da aprovação de sua vitória eleitoral pelo Colégio Eleitoral no dia anterior e com o prêmio do reconhecimento de sua vitória nesta terça-feira pelo líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell.
O objetivo é aproveitar sua vitória contra Trump neste estado tradicionalmente republicano para impulsionar as candidaturas de Jon Ossoff e de Raphael Warnock. Eles enfrentam uma dura competição para evitar a reeleição de seus rivais, em uma campanha repleta de acusações que os descrevem como “socialistas”.
Geórgia, um sólido bastião republicano que não votava em um democrata desde as eleições presidenciais de 1992, enfrentará em 5 de janeiro um segundo turno na disputa pelo Senado. Desta votação depende quem terá o controle da Câmara Alta no início do governo de Biden.
Os democratas podem, porém, não obter resultados tão felizes, já que a margem da vitória de Biden neste estado foi mínima, e os senadores republicanos na disputa, David Perdue e Kelly Loeffler, estão na frente por já serem membros do Congresso.
Se os democratas ganharem essas duas cadeiras, alcançariam um equilíbrio 50/50 na Câmara Alta e, então, a vice-presidente democrata Kamala Harris exerceria o voto de desempate.
A viagem de Biden busca enterrar uma campanha lançada pelos republicanos para projetar uma imagem de que Ossoff e Warnock são parte de um bloco de esquerda radical dentro do Partido Democrata.
– Uma oportunidade para o voto latino –
A visita de Biden a Atlanta é seu primeiro evento político de grande envergadura fora de seu reduto em Wilmington, Delaware, onde passou grande parte da campanha presidencial, devido aos riscos da covid-19.
Consciente de que nesta eleição estão em disputa os primeiros anos do próximo governo, o atual presidente Donald Trump – que continua sem reconhecer sua derrota – tuíta diariamente sobre a campanha.
Nesta manhã, ele republicou um tuíte de uma foto editada do governador deste estado do sul dos Estados Unidos, Brian Kempt, e de seu secretário de Estado, Brad Raffensperger, usando máscaras com a bandeira da China.
Apesar de Kempt ser republicano, Trump guarda um profundo rancor dele pelo fato de o estado ter certificado a vitória de seu rival.