A polícia de Bangu, no Rio de Janeiro, está investigando a origem de um disparo que atingiu uma técnica de enfermagem, de 42 anos, na casa em que ela mora com a filha, de 13 anos, e o companheiro, de 59 anos. A vítima e o marido discutiam quando ela foi alvo de um tiro que atingiu suas mãos e o abdômen.

A profissional de saúde está internada no Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, onde o marido mentiu e afirmou que ela havia sofrido uma tentativa de assalto quando entrava em casa, ao voltar do trabalho. Segundo o suspeito, três homens armados teriam pulado o muro da residência. Investigadores notaram que a versão não era verdadeira ao investigarem o imóvel.

“Quando a equipe da 34ª DP chegou lá (na casa), notou-se que era impossível alguém pular o muro da residência no local onde ele havia sinalizado anteriormente. Já que as casas são geminadas e seria impossível alguém passar por ali. Além disso, os policiais viram que não haviam manchas de sangue na área externa da casa. Quando eles entraram na residência notaram que as marcas de sangue estavam espalhados pelos cômodos e as poças maiores estavam no quarto do casal”, explicou Luís Maurício Armond Campos, delegado titular da 34ª DP.

Inicialmente, a vítima também confirmou a versão do companheiro. Porém, momentos depois, a mulher admitiu que o casal combinou a versão de tentativa de assalto. As autoridades ainda descobriram que os dois haviam brigado um dia antes da ocorrência e que as discussões pioraram quando a técnica de enfermagem voltou para casa.

O casal contou que começaram uma briga e acabaram se agredindo. Em um certo momento, o homem pegou o revólver e passou a ameaçar a esposa. O suspeito relatou que a vítima tentou puxar a arma de sua mão e quando isso aconteceu, houve o disparo. Ele negou que tenha atirado contra a parceira.

Para entender o caso e saber quem apertou o gatilho, os investigadores da 34ª DP também solicitaram um exame residuográfico, capaz de detectar vestígio de pólvora, na mão da profissional de saúde e do homem.

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“Ambos não souberam dizer quem apertou o gatilho. Por isso, eu pedi o exame residuográfico nas mãos dos dois. No hospital, ela assumiu que inventou a história para protegê-lo. Ele também confirmou que ambos criaram a versão de tentativa de assalto”, acrescentou o advogado.

O homem foi preso em 2019, acusado de ter sido detido por agredir a companheira. Nesta ocasião, ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e lesão corporal.

De acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), “a paciente passou por cirurgia e está recebendo os devidos cuidados”. O quadro de saúde da mulher é estável.


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