Numa quinta-feira, dia 31 de agosto de 2017, o célebre clube de jazz dos EUA Blue Note ganhava sua primeira filial no hemisfério Sul, no Rio de Janeiro. Três anos depois, veio a pandemia e forçou o fechamento da casa. Como não há mal que dure para sempre, no dia 5 de outubro deste ano, o Blue Note Rio reabre suas portas ao público.

E vai ser em novo endereço: Avenida Atlântica, 1.910. “Nossa intenção é ajudar a região a recuperar o glamour que tinha nos anos 60. Tanto que, além de estarmos perto do hotel Copacabana Palace, o novo Blue Note Rio fica num endereço outrora ocupado pela boate Bolero, que foi onde Janis Joplin se apresentou”, lembra Luiz Calainho, empresário, produtor cultural e sócio do Blue Note Rio e São Paulo.

O novo endereço preserva uma característica de todas casas do grupo abertas no Brasil: o cuidado com a vista. O Blue Note Rio anterior ficava no complexo Lagoon, à beira da lagoa Rodrigo de Freitas. No atual, os frequentadores terão vista para o Oceano Atlântico. Completa a viagem visual a filial paulistana, que oferece um ângulo privilegiado da Avenida Paulista, a mais icônica da cidade.

Claro que a programação musical da nova casa no Rio está sendo pensada com carinho. A inauguração terá como trilha o sopro intenso e inovador do trompetista de jazz americano Christian Scott. Depois vêm Azymuth, Martin Pizzarelli Trio, MPB4, Wanda Sá, Danilo Caymmi, Kurt Rosenwinkel, Hamilton de Holanda, Hermeto Pascoal, João Bosco, Marcos Valle e muitas outras atrações de peso. Os ingressos já estão à venda.

O trompetista de jazz norte-americano Christian Scott
O trompetista de jazz norte-americano Christian Scott (Crédito:Divulgação)

“Além desses shows, o público pode ser brindado com jam sessions especiais. Muitos músicos que se apresentam no Rio ficam hospedados no Copacabana Palace, que está a 1m42s a pé da nossa porta. Eles conhecem a marca Blue Note e podem dar uma passada pela casa para tocar com as nossas atrações”, adianta Calainho.

Outra preocupação comum a todas as filiais é com o que sai da cozinha. Na nova casa, o empresário diz que apostou numa “supergastronomia”. A chef Daniela França assina um cardápio com forte influência dos anos 1970. Segundo Calainho, itens como coxa-creme e filé à Diana vão desfilar por entre as mesas.

O entusiasmo do empresário com a nova casa é motivado em boa medida pelo movimento da filial paulistana, que lota dois sets todas as noites. Esse sucesso também pode ser aferido nas redes sociais. No Instagram, o Blue Note SP tem 224 mil seguidores, enquanto a matriz norte-americana contabiliza 216 mil. Outro fator encorajador foi o aval do patrocinador máster Porto Bank, que já apoia a casa paulistana. “Eles disseram: ‘Se vocês forem reabrir o Blue Note Rio, vamos junto'”, conta Calainho.

Seria de imaginar que a empreitada da reabertura da filial carioca fosse tomar todo o segundo semestre do empresário. Longe disso. “Vamos reestrear o espetáculo ‘Jovem Frankenstein’, com Marcelo Serrado e Dani Calabresa. Além disso, entram em cartaz os musicais ‘Disney Joint – Disney Princess’ e ‘Elis, a Musical’, do Nelson Motta. E nossa gravadora vai lançar um samba book da Beth Carvalho e um rock book da Rita Lee”, enumera o incansável empresário e produtor cultural.