Pela primeira vez nos 11 anos de história do Rio Open, um tenista brasileiro será a atração principal. Mesmo ainda distante do Top 10 e com a “concorrência” do número 2 do mundo, João Fonseca deve receber todos os holofotes após ser campeão de um torneio de nível ATP pela primeira vez na carreira, com apenas 18 anos, no domingo.
O título em Buenos Aires já colocou o agora número 68 do mundo na história do tênis brasileiro, por ser agora o mais jovem do País a levantar um troféu deste nível. Deixou para trás Thiago Wild e Gustavo Kuerten. A semana perfeita na Argentina também rendeu outros feitos de precocidade, que fizeram Fonseca desbancar lendas como o suíço Roger Federer e o americano Pete Sampras.
O jovem carioca vem fazendo grandes performances desde o fim do ano. Chegou a acumular 14 vitórias consecutivas e dois títulos seguidos. E ganhou as atenções do mundo do tênis de vez ao brilhar no Aberto da Austrália, com uma vitória por 3 a 0 sobre o russo Andrey Rublev, então número nove do mundo.
As boas exibições foram ratificadas pelo título em Buenos Aires, justamente às vésperas do Rio Open, torneio onde despontou em nível nacional no ano passado, ao alcançar às quartas de final, então seu melhor resultado no circuito da ATP. “Para mim, é a semana mais esperada do ano. É um torneio que qualquer brasileiro quer jogar. É grande, o maior da América do Sul”, disse Fonseca, no início do mês.
O jovem carioca joga em “casa” na competição de nível ATP 500, um degrau acima do ATP 250 que ele venceu em Buenos Aires no domingo. Se no ano passado ele foi apoiado por amigos e familiares, desta vez Fonseca deve concentrar toda a torcida brasileira e até mesmo os estrangeiros que estarão no Rio Open.
Os holofotes em Fonseca só devem rivalizar com aqueles sobre Alexander Zverev. O alemão é o número dois do mundo e atual vice-campeão do Aberto da Austrália. Apesar do momento favorável do brasileiro, Zverev é o maior candidato ao título. E deve fazer sua estreia na terça ou na quarta, a exemplo de Fonseca.
A primeira vez do alemão no Rio Open tem certa expectativa em razão das atuações abaixo do esperado em Buenos Aires. Lá, ele foi eliminado nas quartas de final justamente pelo local Francisco Cerúndolo, que veio a perder a final para Fonseca. Zverev se despediu do torneio com críticas à torcida argentina, que exagerou nas demonstrações de apoio ao tenista da casa naquela partida.
Neste domingo, Zverev elogiou a estrutura do Rio Open e disse não se preocupar com a previsão de forte calor ao longo da semana. “Eu gosto muito de calor, realmente amo quando está quente. As condições são muito mais rápidas, a bola quica mais alta, então é melhor para mim. Não me preocupa muito o calor. Treinei bem por três horas ontem, então não vai ser um problema para mim”, projetou.
BRASILEIROS E REBECA ANDRADE
A 11ª edição do Rio Open vai repetir o recorde de brasileiros na chave principal de simples. Serão cinco tenistas: Fonseca, Felipe Meligeni, Thiago Monteiro, Thiago Wild e Gustavo Heide. Os quatro últimos estrearão nesta segunda-feira, no Jockey Club Brasileiro, a partir das 16h30.
A rodada noturna será precedida de uma cerimônia de abertura, pouco antes das 19h, quando começa o primeiro jogo desta sessão. O evento será estrelado pela ginasta Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica do País. Ela entrará na Quadra Guga Kuerten, a principal do complexo, carregando o troféu do torneio. A cerimônia de abertura também terá músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) Jovem para a execução do Hino Nacional ao som de metais.
Como de costume, a organização da competição vai homenagear um ex-tenista nacional. Desta vez, o escolhido foi Cássio Motta, ex-número 4 do mundo nas duplas, vice-campeão de Roland Garros nas duplas mistas e que fez história pelo Brasil na Copa Davis. A data da homenagem ainda não foi divulgada.