Não estava no planejamento inicial da temporada, mas a dupla de vôlei de praia formada por Bárbara Seixas e Fernanda Berti conseguiu alcançar o título do Circuito Brasileiro. Agora, com auxílio de uma grande equipe, miram o Circuito Mundial, que começou nesta madrugada na China – elas estreiam na quinta-feira – e funcionará como classificatório para decidir quais serão as duas duplas do País na Olimpíada de Tóquio.

“Teve um gostinho de primeira vez, porque foi meu primeiro título com a Fernanda. Sabia que o processo seria gradativo, e agora adquirimos o entrosamento, estamos jogando em alto nível”, conta Bárbara, que já havia sido bicampeã do Circuito Brasileiro anteriormente, mas ao lado de Agatha.

A dupla se formou em 2016, logo após a final da Olimpíada do Rio, em que Bárbara e Ágatha foram prata. Na sequência, elas se separaram e Bárbara formou dupla com sua conterrânea carioca. “Quando acabaram os Jogos, ela era a minha primeira opção de dupla. No começo foi difícil, não encaixamos dentro nos jogos. Não tínhamos problema fora, mas demorou a engrenar”, conta Fernanda.

Ela era atleta do vôlei de quadra até 2012, quando foi para a praia, na tentativa de realizar o sonho de ir para uma Olimpíada. Agora, confia no trabalho feito e na química que tem com Bárbara para ir à Tóquio-2020. “Ela tem uma característica muito forte de inteligência emocional, e nós conversamos e nos ajudamos muito”, diz.

Bárbara corrobora com essa visão. “Ela é uma bloqueadora, eu sou uma defensora, mas, para jogar com ela, tive que me reinventar como atleta. Nosso esporte lida muito com o mental, então é necessário ter essa força”, relata.

No início da temporada, não estava no planejamento da comissão técnica das duas brigar pelo título do Circuito Brasileiro. Mas, com o adiamento de uma etapa do Circuito Mundial, as duas tiveram uma pré-temporada mais longa e conseguiram entrar forte na disputa.

COMISSÃO – Além do técnico Rico de Freitas, as duas trabalham com uma comissão técnica composta por 11 pessoas. A aposta é que o trabalho dos profissionais as ajude evoluir em todos os aspectos. “São fundamentais, importantes para nos ajudar com a parte física, técnica, mental, análise, em tudo”, relata Bárbara.

Segundo Rico de Freitas, parte fundamental vem da análise de desempenho. “No alto nível, as duplas se conhecem muito e têm nível muito parecido. Por isso, um pequeno detalhe que se capta na análise pode fazer a diferença entre ganhar e perder um jogo, entre ser campeão ou não”, afirma o treinador.

O Brasil tem vagas para duas duplas femininas na Olimpíada de Tóquio. A definição das classificadas será por meio do Circuito Mundial. Irão as duas duplas que pontuarem mais nas duas etapas consideradas “cinco estrelas” – Gstaad e Viena – e nas oito “quatro estrelas”.