O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou haver limites em relação ao que ele e o governo podem fazer quanto às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros enviados ao país, com validade a partir de 6 de agosto.
“Não posso falar tudo que acho que devo, tenho que falar aquilo que é possível, o que é necessário“, disse o petista durante o 17º Encontro Nacional do PT, realizado neste domingo, 3.
Lula disse, porém, que não pode falar fino com os EUA e grosso com a Bolívia. “A gente fala em igualdade de condições com os dois. Essa é que é a lógica da política”.
O presidente ainda afirmou que tem feito reuniões com países e organizações multilaterais, e que foram abertos 398 novos mercados para produtos brasileiros. “Nossa volta à Presidência desse País foi como se a gente tivesse aberto um portão grande, onde todo mundo quer conversar com o Brasil”.
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Desde que Trump oficializou o tarifaço contra o Brasil e sancionou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, sempre citando Jair Bolsonaro (PL) entre as razões para as medidas, Lula dobrou a aposta na responsabilização do ex-presidente e no discurso de defesa da soberania nacional.
Nesta semana, o petista se reuniu com ministros do Supremo para buscar uma reação jurídica à retaliação americana e publicou uma nota afirmando que as instituições brasileiras não se submeterão a qualquer interferência externa.
A soma entra a reação a Trump, a associação entre Bolsonaro e o potencial danoso das taxas americanas para a economia do país e o discurso da soberania rendeu frutos, com uma melhora sensível na aprovação do governo e o aumento da percepção de Lula candidato à reeleição. Entre os que têm certeza de que o nome do petista estará nas urnas em outubro de 2026 e os que acreditam nessa possibilidade, são 71%, segundo o Datafolha.
*Com informações de Estadão Conteúdo