Bruno Montaleone vive um momento de expansão artística, impulsionado pelo impacto de “Homem com H”, produção que o projetou do cinema ao streaming e ampliou sua visibilidade internacional. Agora, o ator direciona sua energia para projetos que exigem maturidade técnica e emocional, refletindo uma fase de escolhas mais cirúrgicas.
“Depois de ‘Homem com H’, entendi que podia assumir riscos maiores sem perder meu eixo”, diz o artista. “É animador entender que o público está disposto a me acompanhar nessa caminhada mesmo quando, não necessariamente, no que é mais comercial e mainstream”, complementa.
Essa virada encontra expressão em “Domingo Sem Deus”, novo longa de Breno Moreira, que investiga as contradições do Rio de Janeiro por meio de personagens moldados pela falta de estrutura emocional. Montaleone interpreta Tadeu, jovem da elite carioca que tenta equilibrar aparências e abismos internos.
“O Tadeu é alguém que cresceu cercado de privilégios, mas sem referência afetiva alguma”, explica o ator. “Ele simboliza uma camada da sociedade que vive em suspensão, desconectada do país real.” A trama ainda conta com Humberto Martins e Zezé Motta no elenco.
A preparação para o personagem exigiu observação detalhada de comportamentos, gestos e nuances que moldam a elite carioca. “Eu estava interessado em entender a lógica emocional dessas pessoas, não apenas o estilo de vida”, relata. “É uma bolha que se sustenta na ilusão de estabilidade, mas que revela fragilidades profundas quando você olha com atenção.”
Paralelamente, Bruno grava “Encontrada”, continuação de “Perdida”, produzida pela Disney e baseada nos best-sellers de Carina Rissi. De volta ao papel de Ian Clarke ao lado de Giovanna Grigio, o ator encara o retorno ao protagonismo com lucidez e senso de evolução: “Revisitar o Ian depois de tudo o que vivi profissionalmente foi um exercício de perspectiva”, comenta. “Eu queria entender como esse personagem cresceria junto comigo, sem perder o que fazia dele um protagonista tão querido.”
Sobre a expectativa do público, o ator é direto: “Existe um carinho enorme pelos livros e pelo primeiro filme, e o desafio é corresponder a isso com uma interpretação mais madura, mais consciente do meu momento.”, conclui.