Três dias depois de ser alvo de manifestações pelo País, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi homenageado pela Câmara nesta quarta-feira, 20, com a Medalha Mérito Legislativo, a mais importante honraria concedida pela Casa. O prêmio foi entregue pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além de Gilmar, também foram agraciados o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atualmente assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, o desenhista e empresário Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, e o youtuber Felipe Neto – que não compareceram à cerimônia e enviaram representantes.

Para o deputado Mário Heringer (PDT-MG), segundo secretário da Câmara, a premiação é uma maneira de aproximar o Legislativo do cidadão. “Esse prêmio reconhece e faz aproximar a sociedade da Câmara dos Deputados. É um reconhecimento que se faz às pessoas que tem trabalhado pelo Brasil”, disse o parlamentar.

Gilmar Mendes foi o principal alvo de atos na rua contra o Supremo no Domingo (17). Em São Paulo, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista para pedir o impeachment do ministro. O protesto foi marcado também por declarações em defesa do ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, do presidente Jair Bolsonaro, e ofensas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à esquerda e a outros ministros do STF.

Também houve atos em Brasília, onde, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, de 800 a mil pessoas estiveram no fim da tarde do domingo em frente ao Congresso para pedir a cassação de Gilmar. No Rio de Janeiro, o grupo se reuniu em Copacabana (zona sul) e ocupou menos de um quarteirão da orla. A PM não estimou o público presente nos atos de São Paulo e do Rio.

Pedidos de impeachment

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Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o número de pedidos de impeachment de ministros do STF atingiu em 2019 um patamar recorde. Desde janeiro, foram 14 representações contra integrantes da Corte, cinco a mais do que no ano passado.

O presidente do STF, Dias Toffoli, é o mais visado. Metade dos pedidos protocolados neste ano é para que ele perca o cargo de ministro da Corte Suprema. Foco das manifestações de domingo, Gilmar Mendes vem logo atrás, com cinco, o mesmo número de Alexandre de Moraes.


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