Após sequestrar a camisa da Seleção, Bolsonaro agora quer a CBF

Coluna: Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.

Após sequestrar a camisa da Seleção, Bolsonaro agora quer a CBF

Após sequestrar a camisa da Seleção, Bolsonaro agora quer a CBF

Em busca de marketing positivo para seu governo da morte e pão e circo para a patuleia, o devoto da cloroquina aposta alto no futebol. Após a desistência de Argentina e Colômbia, o Brasil foi escolhido como o novo berço da infâmia.

A Copa América aportou por aqui, mas como nem só de bovinos vivem estas paragens, a parte racional da sociedade foi à luta e tenta brecar mais uma sandice bolsonarista, ainda que isso custe, como sempre, muitas brigas e ofensas.

O Clã das Rachadinhas não conhece harmonia e respeito ao contraditório. Para o verdugo do Planalto e seus pimpolhos delinquentes, ou há submissão total ou guerra. O alvo, agora, são Tite, treinador da Seleção Brasileira, e os jogadores.

Dudu Bananinha, por exemplo, chapista de hambúrguer que queria ser embaixador, mas que será apenas – e para sempre – um bananão, disse que Adenor Leonardo Bachi, o Tite, é “um puxa-saco de Lula”, o meliante de São Bernardo.

Já os bolsoloides da internet, sob o toque do berrante do Carluxo, estão chamando Tite de – adivinhem? – “comunista”. Tudo porque treinador e jogadores estão se recusando a disputar a Cova América, ops!, Copa América, no Brasil.

Bolsonaro e bolsonarismo, que já sequestraram a camisa da CBF, agora investem contra a própria máfia, digo entidade, que usurpa o futebol brasileiro. E não sem razão, já que gente enrolada com a Justiça é o que não falta por lá.

Os últimos presidentes, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, tiveram anos bem intranquilos à frente da Confederação Brasileira de Futebol. Todos foram parar ou atrás das grades ou atrás da mesa de réu criminal.

A CBF é um prato pra lá de cheio para uma família tão acostumada com milicianos, peculato e funcionários fantasmas. Aliás, com o afastamento de Rogério Caboclo, atual presidente da entidade, por assédio sexual, bem que Bolsonaro poderia emplacar o Queiroz no lugar.

Se os jogadores tiverem vergonha na cara e um pingo de respeito pelos brasileiros, darão uma bela de uma banana para os bananas e, havendo mesmo o torneio em Banânia, que seja sem a presença da seleção canarinho.

Se o governo homicida e seus assassinos querem mais mortes por Covid, que não incluam nossos atletas no rol de seus agentes do crime. Até porque, o presidente é autossuficiente e não precisa de mais ajuda para tanto.