A estabilidade vista no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na passagem do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2023 configurou dois trimestres seguidos de estagnação, segundo os dados das Contas Nacionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Após uma revisão dos números divulgados anteriormente, o PIB do terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2023 saiu de uma ligeira alta de 0,1% para uma estabilidade (0,0%).

Questionada sobre a possibilidade de recessão técnica, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, os números do PIB são analisados junto a um conjunto de outras informações sobre a atividade econômica para a datação de ciclos econômicos, numa metodologia de análise que não é adotada nem divulgada pelo IBGE. Ainda assim, ela refutou essa possibilidade de recessão, garantindo que o PIB está estável, situado ainda no maior patamar da série histórica.

“O PIB ficou estável”, afirmou Palis. “Para se considerar recessão tem que se olhar várias outras coisas”, refutou.

Segundo a pesquisadora, a estabilidade no PIB nos dois últimos trimestres tem relação com o desempenho positivo da agropecuária concentrado no início do ano.

“A agropecuária até tinha caído (no quarto trimestre), mas outras aumentaram para contrabalançar isso e ficar em 0%”, acrescentou.

Segundo ela, houve efeito da base de comparação elevada proporcionada pelo salto extraordinário do PIB agropecuário no primeiro trimestre de 2023, que avançou 20,9% ante o trimestre imediatamente anterior. Por conta dessa base elevada, a alta no PIB Agropecuário foi sucedida por quedas no segundo trimestre (-6,4%), no terceiro trimestre (-5,6%) e no quarto trimestre (-5,3%).

“A agropecuária teve crescimento recorde em 2023”, lembrou Palis.