Após remover câncer, Edu Guedes não passará por quimioterapia nem radioterapia

Pós-cirúrgico do apresentador inclui apenas mudança na rotina e dieta específica

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Edu Guedes. Foto: Reprodução/Instagram.

Edu Guedes, 51 anos, não será submetido a tratamento clínico, após passar por uma cirurgia para retirada de um câncer no pâncreas.

O apresentador da RedeTV! e marido de Ana Hickmann, 44, segue em recuperação em sua casa, sem a necessidade de realizar quimioterapia ou radioterapia.

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“Edu Guedes terá que fazer algumas mudanças na sua rotina e dieta específica, mas não precisará de radioterapia nem quimioterapia”, confirmou a assessoria de imprensa do cozinheiro à IstoÉ Gente.

Edu Guedes foi operado no início do mês de julho para retirar um nódulo cancerígeno, ficou internado em observação e recebeu alta há uma semana.

Câncer no pâncreas

Em entrevista à IstoÉ Gente, o oncologista do Hospital A.C.Camargo, Felipe José Fernández Coimbra, conta que a atenção redobrada no pós-operatório do apresentador, nesta semana, ocorre devido à complexidade da cirurgia. Ele também explica que o órgão fica bastante próximo à outras estruturas importantes, o que exige um maior cuidado na hora do procedimento.

Riscos no pós-operatório

O doutor destaca alguns possíveis alertas que podem acontecer após a intervenção no órgão – considerado um dos mais lentos no processo de cicatrização.

“Os principais riscos são possíveis infecções causadas por pequenos vazamentos de enzimas digestivas ou bile. Mais raramente, sangramentos, alterações no funcionamento de alguns órgãos, como fígado e rins, e, às vezes, até a demora na retomada do funcionamento do intestino e do estômago.”

Ele ainda descarta uma possível relação entre o câncer e o quadro de cálculo renal apresentado pelo apresentador. Comumente, apenas tumores em estágio muito avançado afetam o funcionamento do fígado, o que pode levar a consequências renais.

Alimentação após retirada do pâncreas

O apresentador passou por uma pancreatectomia robótica, procedimento que consiste na retirada parcial ou total do órgão – o que acaba comprometendo na alimentação do paciente, uma vez que o pâncreas desempenha um papel importante na digestão do corpo humano.

“É esperado uma adaptação inicial da parte nutricional, da alimentação. Muitas vezes, há a necessidade de uma alimentação mais fracionada, orientada por uma equipe especializada, com nutricionista. O estômago fica um pouco mais lento no início, ele vai esvaziar, com menos gordura”, explica o oncologista.

“A gente sempre tenta reforçar o máximo possível as proteínas também, manutenção de massa muscular e funcionalidade do paciente, permitindo uma recuperação mais adequada.”

O paciente pode perceber uma alteração de hábito intestinal e a mudança da tolerância a alguns alimentos. Por isso, é preciso ter cuidado com excessos de doces e carboidratos.

Além disso, alguns pacientes podem apresentar a síndrome de dumping, que leva à uma serie de sintomas gastrointestinais e neurológicos. Felipe também faz um alerta: pessoas que não eram diabéticas antes da cirurgia têm um risco em torno de 20 a 30% de desenvolver a doença. 

“A gente sempre tenta fazer uma recuperação mais rápida, manter o paciente se movimentando, fazendo exercícios leves a moderados. É necessário tentar fazer com que ele se prepare e faça tudo isso até antes da cirurgia, para que, quando o procedimento ocorrer, ele possa estar pronto e tenha uma recuperação muito mais segura.”

Remissão do câncer no pâncreas

Assim como em outros tipos de tumores, a cura do câncer de pâncreas está diretamente relacionada ao momento do diagnóstico, ou seja, quanto mais cedo for descoberto, maiores são as chances de remissão – momento em que o tumor é retirado e não há mais sinais da doença.

É importante destacar que a cirurgia é o que dá a maior chance de cura para os pacientes. Em casos de pessoas que são operadas e a doença não se espalhou, as chances de remissão são sempre maiores, detalha o especialista. Os cuidados após a operação, como quimioterapia e radioterapia, também influenciam bastante nesse aspecto.

Portanto, o diagnóstico rápido é essencial. Para isso, é preciso estar atento a sintomas que, a princípio, podem não indicar a presença de um tumor. São eles:

  • dor abdominal;
  • dor nas costas;
  • perda de peso;
  • fadiga;
  • alteração de hábito intestinal;

“O câncer de pâncreas é uma doença séria, mas é possível, sim, falar em cura e em um controle prolongado da remissão, em muitos casos.”