O Ministério da Justiça e Segurança Pública demitiu o diretor da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Humberto Gleydson Fontinele Alencar, que estava afastado do cargo desde fevereiro. A portaria de dispensa de Alencar foi assinada nesta a quarta-feira, 3, e será oficializada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

Na terça-feira, 2, o ministério concluiu investigação interna a respeito da eventual responsabilidade de servidores na fuga de Deibson Cabral e Rogério Mendonça. O órgão resolveu mover processos administrativos contra 10 servidores, mas concluiu que não houve corrupção mas “falhas nos procedimentos carcerários de segurança”.

Atualmente, a penitenciária está sob os cuidados de Carlos Luis Vieira Pires, que foi nomeado como uma espécie de “interventor” pelo ministro Ricardo Lewandowski logo que a cúpula do presídio foi afastada.

Nesta quinta-feira, 5, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram os foragidos. Cabral e Mendonça foram cercados em uma ponte em Marabá, no Pará. Além deles, quatro comparsas foram presos.

De acordo com Lewandowski, os detidos formaram um “comboio do crime” para tentar escapar do País. Inicialmente, um dos criminosos ameaçou reagir apontando um fuzil para os policiais, mas desistiu.

Cabral e Mendonça serão levados de volta a Mossoró que, segundo o ministro, passou por uma reestruturação de seus equipamentos de segurança e uma revisão dos protocolos para evitar novas fugas.

A fuga que ocorreu na penitenciária de Mossoró é inédita no sistema penitenciário federal, criado m 2006. Os criminosos ficaram foragidos por 50 dias. A lentidão nas buscas motivaram desgaste para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para Lewandowski, que havia acabado de assumir a pasta, após o ex-ministro Flávio Dino ir para o Supremo Tribunal Federal.