O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou nesta terça-feira, 18, que determinou o envio de integrantes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para Boa Vista (RR) com objetivo de elaborarem um relatório sobre a situação da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc).

Uma rebelião provocada por disputa entre duas facções criminosas deixou mortos na noite do último domingo (16) na penitenciária. Três das vítimas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no pátio da unidade. Um dos detentos foi assassinado a facadas, mas os presos deixaram o corpo dele inteiro.

Todos os mortos seriam integrantes da facção Comando Vermelho, que domina cerca de 10% do presídio. Os outros 90% são controlados pelo grupo rival Primeiro Comando da Capital.

O secretário de Justiça de Cidadania de Roraima, Uziel Castro, disse nesta segunda-feira (17) que as mortes foram uma ordem de uma facção criminosa de São Paulo, que está em guerra contra uma outra, do Rio de Janeiro. “Todo o sistema penitenciário do Brasil estava ciente que isso ia ocorrer”, declarou em entrevista à imprensa.

“Não tenho conhecimento das declarações do secretário de Justiça. Por isso, exatamente, pedi para uma comissão do Depen que se encaminhasse para lá. Eles foram hoje e devem fazer uma série de vistorias e conversações para voltar amanhã com relatório de inteligência mais completo. A partir dai, fica mais fácil que eu me posicione”, afirmou Moraes após almoço com a bancada do PSDB no Senado.

Segundo ele, até o momento não há nenhuma informação do setor de inteligência do Ministério que aponte que a ação é orquestrada com outras ocorridas pelo País. Alexandre de Moraes também informou que o ministério começará a definir um plano continuado em parceria com os demais entes da federação. “A partir de amanhã vamos dar sequência a um plano conjunto com os Estados. Na semana que vem vamos ouvir outros atores, não só o Ministério Público, como também o Poder Judiciário, para verificar se nós vamos conseguir, em duas ou três semanas, fechar um plano permanente de apoio a todos as grandes capitais”, afirmou o ministro.

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