Lucas di Grassi enfim decidiu o seu futuro. O piloto brasileiro mais bem-sucedido dos últimos anos acertou com a Venturi, ex-equipe de Felipe Massa, e vai permanecer na Fórmula E. Com o anúncio confirmado nesta quarta-feira, Di Grassi evitou se aposentar da categoria que ajudou a criar na década passada.

O piloto estava sem equipe, com chances de deixar o campeonato de carros elétricos, desde que a Audi anunciou que sairia da categoria ao fim da temporada passada. Pego de surpresa, Di Grassi avisou que só seguiria na F-E se surgisse oportunidade de pilotar por uma equipe com chances de brigar pelo título.

O brasileiro é um dos mais bem-sucedidos da categoria, criada em 2014. Ele foi campeão na temporada 2016/17 e está acostumado a brigar pelo troféu a cada temporada. No total, soma 12 vitórias, 36 pódios e 3 pole positions, sendo apenas um dos dois pilotos a disputar todas as etapas desde o início da Fórmula E.

“Todos que me conhecem sabem o quanto sou competitivo. Guiar por uma equipe que sei que pode lutar na ponta e realmente desafiar pelo campeonato é essencial para mim. A Venturi foi simplesmente a melhor escolha e estou realmente feliz em fazer parte da equipe”, comentou Di Grassi.

Sua nova equipe vem apresentando forte evolução nos últimos anos. Chegou a ser a casa de Felipe Massa em sua breve passagem, sem maior sucesso, pela Fórmula E. Na época, o brasileiro alegou que não tinha chances de brigar pelo título com o time. No entanto, a Venturi cresceu e viu um dos seus pilotos, o suíço Edoardo Mortara, novo parceiro de Di Grassi, ficar com o vice-campeonato na última temporada.

A Venturi vem crescendo na esteira do apoio da Mercedes, que também contou com breve passagem pela categoria. A equipe deve concentrar suas energias na Venturi, que é comandada por Susie Wolff, que vem a ser a esposa do poderoso Toto Wolff, chefão da Mercedes, na Fórmula 1.

“Acompanhei a Venturi desde a primeira temporada e sei que eles têm uma história forte em Mônaco. A equipe teve uma performance muito, muito boa na temporada passada. Dá para ver que a equipe progrediu muito nos últimos anos, o momento está lá e eles mostraram uma evidente melhora em todas as áreas”, disse Di Grassi.

“Eu corri contra os dois carros da Venturi e pude ver o quanto eles eram competitivos. Mas não é apenas uma questão de equipe, estou realmente feliz em guiar ao lado de Edo (Mortara). Nos conhecemos já muito tempo, fizemos parte do programa da Audi, tenho respeito como piloto e ser humano”, projetou o brasileiro.

Di Grassi vem se destacando fora das pistas nos últimos anos como ativista do meio ambiente. Foi até reconhecido pela ONU, para quem atua como embaixador no combate à poluição do ar. Os motores elétricos, considerados ambientalmente mais seguros, se tornaram sua principal bandeira inclusive dentro dos circuitos, ao pilotar na Fórmula E. Deixar a categoria, portanto, traria prejuízos para o próprio campeonato, que perderia um dos seus principais divulgadores.