Parecia que Lucas di Grassi teria uma corrida para ficar marcada em sua trajetória na Fórmula E, neste sábado. Mas duas duras punições praticamente acabaram com o fim de semana do brasileiro na terceira etapa do campeonato, em Santiago, no Chile. Ele ficou na 12ª posição, apesar de obtido a pole position, que foi anulada, e ter terminado na nona colocação na etapa de Santiago, no Chile.

Di Grassi começou o dia fazendo grande exibição no treino classificatório. Ele obteve a sua primeira pole position na temporada com diferença de quase meio segundo sobre o segundo colocado, algo incomum na categoria. Mas, poucos minutos depois, recebeu a notícia de que estava desclassificado e teria de largar da última posição no grid.

“Foi um dos momentos mais injustos da minha carreira porque foi uma volta mágica, podia me dá mais quinze voltas na Super Pole e eu não conseguiria baixar um centésimo daquela volta. Coloquei meio segundo sobre o [Sebastien] Buemi, o segundo colocado. Acho que nunca houve uma diferença tão grande do primeiro para o segundo num treino da Fórmula E”, comentou o brasileiro, ao fim da corrida.

O piloto sofreu a dura punição porque foi enquadrado em uma regra técnica um tanto específica da categoria. Ele estava, na volta interna no treino classificatório, com pressão sobre o freio superior a que registrou nas voltas rápidas. Esta regra exige um certo padrão na frenagem para evitar sobrecarga sobre este sistema.

“Esta regra é estúpida, uma das mais estúpidas que já vi”, criticou o piloto. “Esta regra foi criada na semana passada e a última atualização dela foi enviada aos pilotos ontem à noite. Eu nunca esperaria ser desclassificado por um motivo desses”, disse Di Grassi, sem esconder a irritação.

Além disso, ele criticou a redação da regra, que causaria confusão na sua execução. “É uma regra muito difícil de você verificar se está sendo cumprida. E a regra está escrita errado. A regra diz que você não pode usar a pressão de freio diferente da sua volta rápida. Mas o que isso significa? Na minha opinião, essa regra até poderia ser aplicada, mas deveria ser redigida de forma melhor.”

O que estava ruim para o piloto iria piorar na metade final da prova. Em busca de uma corrida de recuperação, ele atingiu a traseira do argentino José Maria López, da equipe Dragon. E, por isso, sofreu uma punição de “stop and go” que o tirou da zona de pontuação. Caiu, assim, do nono para o 12º lugar na classificação final da prova.

“Eu não entendi, foi um incidente na bandeira amarela. Eu estava perto dele [López], ele tirou o pé muito cedo e eu estava muito próximo e acabei batendo nele. Peço desculpas a ele por ter causado este incidente, mas acabou sendo um acidente de corrida”, reclamou Di Grassi, que também viu exagero no tipo de punição.

Para o brasileiro, as duas punições acabaram com qualquer chance de pódio e até de vitória. “É difícil ficar falando em ‘se’. Se não houvesse a desclassificação no treino, se não houvesse a punição durante a corrida. Mas acredito que tínhamos chances de vitória hoje”, lamentou.