01/12/2024 - 12:01
ROMA, 1 DEZ (ANSA) – Em meios aos violentos protestos na Geórgia, o primeiro-ministro do país, Irakli Kobakhidze, garantiu que não haverá novas eleições gerais, como exige a oposição.
A ex-república soviética virou uma zona de guerra em razão das manifestações que contestaram os resultados do pleito e a decisão de Tbilisi em adiar o processo de adesão à União Europeia.
Os protestos na capital georgiana foram reprimidos pelas forças policiais, que só conseguiram dispersar os manifestantes com jatos de água e gás lacrimogêneo. De acordo com as autoridades, dezenas de agentes ficaram feridos e mais de 150 prisões foram efetuadas.
Em uma coletiva de imprensa, o chefe de governo foi sucinto ao dizer “claro que não” sobre a possibilidade de aceitar organizar um novo pleito. Além disso, Kobakhidze confirmou que a atual presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, “terá que deixar” a residência presidencial do Palácio Orbeliani, em Tbilisi.
“Compreendo a situação emocional de Zourabichvili, mas obviamente ela terá de deixar a sua residência e entregar este edifício ao presidente legitimamente eleito”, disse o premiê, que a acusou de ter lutado pela vitória da “oposição radical”.
Zourabichvili se recusou a reconhecer o resultado das eleições, alegando que a votação havia sido “completamente fraudada”. Ela também se declarou como “a única instituição legítima”.
A nova alta representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas, mencionou que o bloco está “obviamente ao lado do povo georgiano na escolha de seu futuro” e criticou o uso da violência para reprimir as manifestações. A ex-premiê estoniana não descartou a possibilidade de aplicar sanções.
“O que precisamos de discutir é como proceder daqui em diante, porque é claro que o governo georgiano não respeita a vontade do povo no que diz respeito ao futuro europeu”, declarou. (ANSA).