TEL AVIV, 18 SET (ANSA) – Após a explosão de milhares de pagers na última terça-feira (17), o Líbano voltou a registrar nesta quarta (18) detonações coordenadas de dispositivos eletrônicos, incluindo walkie-talkies e sistemas ligados a painéis solares e leitores de impressões digitais.   

Os incidentes ocorreram na capital Beirute e no sul do país, incluindo a cidade de Sídon, e deixaram, até o momento, pelo menos três mortos e centenas de ferido. Os alvos seriam membros do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas na Faixa de Gaza.   

Também há relatos de explosões de walkie-talkies durante funerais de pessoas mortas nos ataques de terça, que fizeram pelo menos 12 vítimas no país, incluindo duas crianças e quatro trabalhadores da saúde.   

Além disso, as detonações de pagers mataram 19 membros da Guarda Revolucionária do Irã e sete combatentes do Hezbollah na Síria, segundo a imprensa local.   

“Essa é a indicação do grave risco de uma dramática escalada no Líbano. É preciso fazer todo o possível para evitar isso”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres. “É muito importante que objetos civis não sejam transformados em armas”, acrescentou.   

O Hezbollah prometeu um “duro acerto de contas” contra Israel, a quem atribui as explosões, e “continuar com as abençoadas operações” em prol dos palestinos da Faixa de Gaza.   

Está previsto um discurso do líder da organização xiita, Hassan Nasrallah, para a tarde de quinta-feira (19).   

O temor da comunidade internacional é de que as detonações de dispositivos eletrônicos provoquem o aumento da já elevada tensão no Oriente Médio, enquanto as negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas seguem travadas.   

Os últimos acontecimentos já enfureceram a população libanesa, e uma multidão atacou um carro da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), batalhão de paz no qual militares italianos formam o principal contingente, em Tiro, no sul do país. Além disso, aviões militares israelenses realizaram dois ataques aéreos na linha de demarcação entre os dois países.   

(ANSA).