Após ordem da UE, Microsoft corta nuvem de empresa indiana

Quem acompanha o noticiário recente do mundo de cloud computing sabe que há uma grande preocupação de empresas e autoridades europeias sobre o poder que o governo dos EUA detém sobre a infraestrutura global de nuvem. Mas um caso noticiado semana passada mostra que os próprios europeus também têm força para interferir em nuvens de empresas estrangeiras.

No dia 18 do mês passado, a Microsoft suspendeu o acesso da empresa indiana Nayara Energy a ferramentas de cloud, incluindo Teams e Outlook. O bloqueio ocorreu após sanções da União Europeia contra a Rússia, no contexto da guerra da Ucrânia.

A Nayara Energy tem 49% de suas ações controladas pela estatal russa Rosneft, e por isso caiu na lista de empresas que deveriam sofrer represálias. Logo após o bloqueio, a Nayara fez um contrato de emergência com uma empresa local para retomar parcialmente as operações.

Dois dias depois do bloqueio, a Justiça indiana obrigou a Microsoft a restabelecer o acesso à sua nuvem, encerrando temporariamente a polêmica.

O episódio, porém, mostra que o conceito de nuvem soberana ainda vai só até a página 3, apesar dos esforços dos grandões da nuvem em estabelecer operações locais e se adaptar a leis específicas de cada país.