O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) promoveu nesta sexta-feira, 18, um debate aberto com a população da capital paulista em frente ao Theatro Municipal, no centro da cidade, a poucos metros da sede da prefeitura. A agenda foi marcada após Ricardo Nunes (MDB) cancelar sua participação no debate que ocorreria na manhã de hoje.

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A conversa foi dividida em dois blocos: o primeiro, com perguntas da população; o segundo, com questionamentos de especialistas e as considerações finais do psolista.

No total, 10 cidadãos questionaram o candidato sobre temas como transporte, saúde, moradia e mercado de trabalho para maiores de 60 anos. O púlpito improvisado tinha um espaço reservado ao psolista, outro para a população e um designado simbolicamente ao prefeito Ricardo Nunes.

Boulos iniciou o evento destacando a ausência do adversário em dois debates – Globo/Valor Econômico/CBN e SBT/portal Terra/ Rádio Nova Brasil. “Se o nosso adversário não quer debater porque tem medo, porque não tem proposta, eu decidi debater com vocês, com o povo de São Paulo em praça pública. A nossa cidade é muito importante para não ser debatida. É a nossa oportunidade de mudar a nossa cidade para melhor”, disse.

A primeira pergunta foi feita por uma mulher que espera por uma cirurgia no SUS (Sistema Único de Saúde) para a remoção de um cisto na cabeça. Em resposta, o candidato afirmou que, caso seja eleito, pretende fazer o mapeamento de todas as regiões da cidade de com mais filas para saúde. “Ela tem razão, a fila que mais aumentou foi a fila de exames para a mulher. A gente está falando da cidade mais rica do Brasil. Falta prefeito na cidade de São Paulo, que tem olhado para a população nos quatro anos”, completou.

Em outro momento, um homem questionou Boulos a respeito de sua proposta para o transporte público e usou como exemplo o incêndio na ViaMobilidade, no dia 14 de outubro. “Tem pessoas que enchem a boca para dizer que se privatizar melhora tudo, mas são as pessoas que, quando teve o apagão [em São Paulo], ficaram dizendo que a culpa era apenas da Enel, uma empresa privatizada”, começou. “[…] Nós fomos contra a privatização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a ViaMobilidade […]. A parte que cabe ao prefeito é cuidar do transporte de ônibus, no primeiro momento, nós vamos revisar todos os contratos da prefeitura com as empresas de ônibus, depois garantir que as empresas coloquem a frota inteira na rua para diminuir o tempo de espera e superlotação”, afirmou o candidato.

Também houve a participação do ex-ouvidor das polícias Benedito Marianos, que ajudou a formular a parte de segurança do programa do candidato.

No final do evento, Boulos falou brevemente com a imprensa e destacou que realizou o evento para destacar que é diferente em relação a Ricardo Nunes. “Do lado de lá temos um prefeito fraco, medroso, que não dialoga com a população de São Paulo e foge das responsabilidades. Do lado de cá se tem alguém que vem de peito aberto falar com as pessoas e apresentar propostas”, finalizou.