TEERÃ, 14 JUN (ANSA) – O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou nesta segunda-feira (14) que o país pode continuar aumentando o enriquecimento de urânio após a declaração final do G7, realizado no fim de semana, cobrar a “cooperação completa” de Teerã sobre o tema.
“O Irã está enriquecendo urânio a 63% e, se necessário, iniciaremos imediatamente a enriquecer acima desse nível. Os Estados Unidos e os europeus precisam saber que o Irã foca na energia nuclear não para produzir armas, mas para desenvolver nossa potência nuclear, aeroespacial e de mísseis para reforçar a indústria do país”, disse o mandatário durante a inauguração de um projeto de defesa, em fala repercutida pela mídia estatal.
Ainda durante a apresentação, Rohani afirmou que o país “não está em busca de guerras e tensões, mas enquanto isso, não vamos nos curvar aos inimigos e a nossa defesa será desagradável”.
As falas tanto do presidente iraniano como do G7 ocorrem em um momento de otimismo após o fim das reuniões em Viena na última semana, que haviam sido iniciadas em abril, sobre o acordo nuclear firmado em 2015 entre Teerã e o chamado grupo 5 + 1 (EUA, França, China, Rússia, Reino Unido e Alemanha). O acordo ficou conhecido como Joint Comprehensive Plan of Action, ou apenas, JCPOA.
Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou o seu governo do pacto e, desde então, voltou a reaplicar sanções unilaterais.
Como resposta, os iranianos começaram a desrespeitar a cláusula que falava sobre o enriquecimento de urânio, que é de apenas 3,67%. No entanto, os números atuais estão abaixo do que é necessário para criar uma arma nuclear, que pede um enriquecimento de urânio acima de 90%.
Com a posse de Joe Biden, as reuniões do JCPOA começaram a debater uma possível volta dos EUA ao acordo. Porém, enquanto os membros europeus exigem que Teerã passe a respeitar o acordo, Rohani cobra que as sanções sejam revogadas.
Durante o fim de semana, os membros do G7 citaram a crise com o Irã em seu documento final e disseram que apoiam as conversas em Viena “com o objetivo de restaurar os benefícios da não proliferação do JCPOA e garantir a natureza exclusivamente pacífica” do programa iraniano. (ANSA).