Nesta segunda-feira (12), o rapper PnB Rock foi morto após ser baleado em um restaurante em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Infelizmente, o cantor não é o primeiro nome do hip-hop vítima da violência urbana, tampouco o primeiro músico famoso assassinado.

Especialmente quando se trata de rappers, esse tipo de crime não é raro de acontecer nos EUA, e chegou a ser relativamente comum nos anos 1990. Porém, não é apenas lá que músicos e cantores acabam tendo finais de vida trágicos, e até no Brasil temos nomes que acabaram vítimas desse tipo de violência.

Confira abaixo uma lista com 15 grandes nomes da música que também foram assassinados.

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Tupac Shakur

Tupac Amaru Shakur, também conhecido como 2Pac, foi um dos nomes mais proeminentes do rap estadunidense nos anos 1990, no auge do “gangsta rap”. Em 7 de setembro de 1996, Tupac foi atingido por quatro tiros enquanto estava em um carro com o produtor e empresário Suge Knight, da Death Row Records, gravadora da qual o rapper fazia parte.

Os dois haviam acabado de sair de uma luta de boxe de Mike Tyson em Las Vegas, no estado de Nevada (EUA), e pouco antes Tupac havia se envolvido em uma briga com um membro de uma gangue que supostamente teria participado de um roubo a um membro da gravadora de Suge.

Um pouco depois, o carro em que o rapper e o empresário estavam foi alvejado com cerca de 13 tiros, sendo que quatro deles atingiram Tupac, dois no peito, perfurando um de seus pulmões, um no braço e outro na coxa. O empresário acabou ferido na cabeça por estilhaços. O rapper chegou a ser levado ao hospital, mas morreu seis dias depois, de insuficiência respiratória e parada cardíaca, aos 25 anos, após a remoção do pulmão atingido.

O crime é um dos mais controversos e discutidos no meio musical até hoje, pois muito se especulou sobre um possível envolvimento dos rappers The Notorious B.I.G. e Sean Combs (P. Diddy). À época, havia muita rivalidade entre os rappers de Los Angeles e de Nova York, e 2Pac e B.I.G., eram os dois maiores nomes das Costas Oeste e Leste dos EUA, respectivamente.

As investigações da polícia de Los Angeles chegaram à conclusão que o rapper foi vítima de uma retaliação dos membros da gangue Southside Crips, cujo integrante, Orlando Anderson, havia apanhado de Tupac mais cedo. Ele próprio teria sido responsável pelos tiros que atingiram o rapper.


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The Notorious B.I.G.

Poucos meses após a morte de Tupac, na madrugada de 9 de março de 1997, Christopher George Latore Wallace, conhecido como The Notorious B.I.G., também acabou morto, aos 24 anos, em circunstâncias muito parecidas.

Na noite anterior, B.I.G. havia entregue um prêmio à cantora Toni Braxton no Soul Train Music Awards, em Los Angeles, e ido para uma festa após a premiação. Quando saía do local, B.I.G. parou com seu carro em um semáforo e, ao seu lado, de dentro de um outro veículo, foram disparados diversos tiros contra ele, que também foi atingido quatro vezes, todas no peito.

O rapper foi levado a um hospital da região, mas acabou não resistindo. A similaridade com a morte de Tupac Shakur reacendeu as discussões sobre a rivalidade entre os rappers e um possível acerto de contas entre gangues rivais. No entanto, ninguém foi acusado formalmente e a polícia nunca chegou a uma conclusão sobre o caso.


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Sabotage

No Brasil, um caso que também traz uma coincidência trágica com as mortes de Tupac e B.I.G. é a morte do rapper Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, em 24 janeiro de 2003, aos 29 anos. Na manhã daquele dia, o rapper levou sua esposa a um ponto de ônibus no bairro da Saúde, na zona sul de São Paulo, onde moravam, e após se despedir dela foi abordado em seu carro por um homem que disparou quatro vezes contra ele, duas na coluna e duas na cabeça.

Sabotage chegou a ser levado a um hospital onde foi feito um procedimento para tentar reanimá-lo, mas sem sucesso. Entre as possíveis causas do crime, especulou-se à época que talvez o rapper pudesse ter sido vítima de algum acerto de contas por sua vida anterior à de artista, quando ainda estava no mundo do crime. Mas sua família nega a possibilidade, pois já há 10 anos ele trabalhava apenas como rapper.

O suspeito pela morte de Sabotage, Sirlei Menezes da Silva, acabou preso pelo crime e condenado a 14 anos de prisão. 


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MC Daleste

Em 6 de julho de 2013, o cantor e compositor do funk ostentação paulista Daniel Pedreira Senna Pellegrine, o MC Daleste, foi atingido por dois tiros enquanto se apresentava em uma quermesse em Campinas, no interior de São Paulo.

Daleste estava no palco quando três tiros foram disparados, sendo que um deles o atingiu de raspão na axila e outro o acertou no tronco, perfurando o estômago, um dos pulmões e o fígado. O cantor foi levado a um hospital em Paulínia, também no interior de São Paulo, onde sua morte foi confirmada.

Em junho de 2016, quase três anos após a morte do funkeiro, a Polícia Civil encerrou as investigações do caso sem que houvesse uma conclusão, uma vez que não foi possível identificar a autoria nem a motivação do crime.


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Euronymous

Em agosto de 1993, um brutal assassinato chocou a Noruega. Øystein Aarseth, conhecido como Euronymous, guitarrista da banda de black metal Mayhem, foi morto por seu ex-colega de banda Kristian Vikernes, conhecido como Varg Vikernes, com 23 facadas, sendo duas na cabeça, cinco no pescoço e 16 nas costas.

Especula-se que a morte de Euronymous tenha ocorrido por divergências entre eles com relação aos direitos autorais de lançamentos de uma segunda banda de Vikernes, o Burzum.

Ainda no mesmo mês, o músico foi preso pelo assassinato de seu ex-colega, e alegou que havia agido em legítima defesa, pois havia ficado sabendo que Euronymous supostamente planejava atordoá-lo com uma máquina de choque, amarrá-lo e torturá-lo até a morte enquanto gravava um vídeo.

A alegação não convenceu a justiça, que condenou Vikernes a 21 anos de prisão por assassinato em primeiro grau, além de outros crimes cometidos por ele anteriormente. O músico cumpriu 15 anos na cadeia e acabou solto em liberdade condicional em 2009. Ao sair da prisão, ele mudou seu nome oficialmente para Louis Cachet, para evitar represálias.


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Dimebag Darrell

Mais uma morte trágica que abalou o universo do heavy metal foi o assassinato do guitarrista Dimebag Darrell, das bandas Pantera e Damageplan. Em 8 de dezembro de 2004, o músico se apresentava com a segunda banda na cidade de Columbus, no estado de Ohio (EUA), quando um homem invadiu o palco e atirou em várias pessoas, matando Dimebag, um fã que estava na plateia, um funcionário da casa de show e o chefe de segurança que trabalhava no local.

No total, 15 pessoas foram atingidas pelo criminoso. Conhecidos do suspeito, Nathan Gale, afirmaram à época que ele sofria de problemas mentais e que era um fã do Pantera. Testemunhas disseram que ouviram ele dizer algo relacionado à dissolução da banda antes de começar a atirar nas pessoas, mas nada pôde ser confirmado. O homem acabou morto por um policial antes de conseguir fugir.


 

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Marvin Gaye

Em 1984, após passar por diversos altos e baixos na carreira e na vida pessoal, como a falência financeira, o fim do contrato com a gravadora Motown e o vício em drogas, Marvin Gaye, um dos maiores nomes da soul music, se mudou para a casa dos pais.

Com um relacionamento difícil, especialmente com o pai, Marvin acabou testemunhando e se envolvendo em uma briga do casal, na qual seu pai ameaçava sua mãe. Após uma luta corporal com o pai, o cantor foi para seu quarto, onde pouco tempo depois foi surpreendido por ele que portava uma arma, e com a qual disparou dois tiros contra ele, um deles no peito, que acabou sendo fatal.

Gaye foi morto em 1º de abril, véspera da data em que completaria 45 anos. Em sua autópsia, foram identificadas cocaína e PCP (uma droga anestésica) em seu sangue. Ironicamente, a arma usada pelo pai do cantor havia sido dada a ele de presente de Natal pelo filho, para sua proteção.


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Sam Cooke

Outro nome da soul music estadunidense também teve sua vida encerrada por um assassinato. Sam Cooke, aos 33 anos, sofreu um tiro no peito em um motel, em 11 de dezembro de 1964, em Los Angeles, na Califórnia (EUA).

O cantor teria aparecido praticamente nu no escritório da gerente do local, Bertha Franklin, gritando à procura de uma mulher que teria chegado ao local com ele. Ao investir contra a gerente, os dois começaram uma briga e ela conseguiu pegar uma arma e atirar contra ele, alegando legítima defesa, por temer pela sua vida.

Mais tarde, a mulher que teria chegado ao motel com Cooke, Elisa Boyer, disse que havia conhecido o cantor naquela noite, e que teria pedido para que ele a levasse em casa, mas ele teria a levado ao motel contra sua vontade e tentado abusar dela, que fugiu do local temendo ser estuprada.

Familiares e amigos de Sam Cooke alegaram que o assassinato do cantor tenha sido fruto de uma conspiração. A cantora Etta James chegou a dizer que viu o corpo do amigo, e que os ferimentos que ele apresentava iam muito além da história aceita pela polícia, e que ele teria sido espancado com tanta violência que sua cabeça quase havia se separado dos ombros, suas mãos teriam sido quebradas e esmagadas, e seu nariz mutilado.

Nenhuma evidência que comprovasse uma suposta conspiração para matar Sam Cooke foi apresentada, e a polícia concluiu que a gerente do local, de fato, agiu em legítima defesa atirando contra o cantor, e o caso foi encerrado. 


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Peter Tosh

Um dos maiores nomes da história do reggae, ex-parceiro de Bob Marley nos Wailers, Winston Hubert McIntosh, mais famoso como Peter Tosh, acabou vítima da violência urbana em Kingston, capital da Jamaica.

Em 11 de setembro de 1987, quando chegava em sua casa, Peter Tosh foi surpreendido por três homens que tentaram assaltá-lo. Eles o mantiveram como refém no local por várias horas, exigindo que ele desse dinheiro a eles. O músico disse que não tinha e acabou sendo torturado pelos criminosos.

Quando alguns amigos de Tosh chegaram ao local para encontrá-lo, os bandidos acabaram atirando contra o músico e o matando, além de também matarem os DJs Doc Brown e Jeff “Free I” Dixon. O líder da gangue, Dennis “Leppo” Lobban, acabou preso e inicialmente condenado à morte por enforcamento, porém sua sentença foi revista e alterada para prisão perpétua, onde permanece até hoje. Os outros dois criminosos nunca foram identificados.


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Víctor Jara

Após o Golpe Militar de 11 de setembro de 1973, que destituiu e assassinou o presidente do Chile, Salvador Allende, diversos militantes, ativistas políticos e artistas também passaram a ser perseguidos e muitos foram torturados e mortos pelo regime liderado pelo general Augusto Pinochet.

Um deles foi o poeta, dramaturgo, cantor e compositor Víctor Jara, que foi preso junto com milhares de outras pessoas já no primeiro dia do golpe, e enviado ao Estádio Chile (que hoje recebe seu nome), em Santiago, capital do país.

O local foi transformado em prisão, campo de concentração e de tortura da ditadura chilena. Lá, o cantor foi torturado por vários dias, teve suas mãos esmagadas e foi morto a tiros, em 16 de setembro. Seu corpo foi descartado em um matagal, junto dos corpos de outras três vítimas. Em sua autópsia, foram contabilizadas 44 marcas de bala em seu corpo, e inúmeros ossos quebrados.

Em 2018, a justiça do Chile processou dez ex-militares do exército chileno pelo sequestro e homicídio de Víctor Jara. Nove deles foram condenados a penas de até 15 anos de prisão. Um deles, havia se mudado para a Flórida, nos Estados Unidos, e se tornado cidadão estadunidense, mas teve sua extradição pedida pela justiça.


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John Lennon

Essa lista não poderia ser finalizada sem aquela que foi a morte mais emblemática da música, ao menos no último século. John Lennon, lendário guitarrista e vocalista dos Beatles, foi morto com quatro tiros nas costas por Mark David Chapman, em Nova York, em 8 de dezembro de 1980.

O músico estava nos arredores do edifício Dakota, onde morava, em frente ao Central Park, e mais cedo, havia encontrado seu assassino e assinado uma cópia de seu disco “Double Fantasy” para Chapman, que se dizia fã de Lennon. O cantor foi levado às pressas para o pronto-socorro do Hospital Roosevelt, em Manhattan, mas acabou sendo declarado morto assim que chegou, por volta das 23 horas.

Chapman, que havia se tornado um fanático religioso, passou a se incomodar com algumas letras e declarações de Lennon a respeito de Deus, religião e sobre a afirmação de que os Beatles seriam mais populares que Jesus Cristo.

Ele foi preso e condenado à prisão perpétua, com possibilidade de receber liberdade condicional após 20 anos de reclusão, porém o benefício lhe tem sido negado desde 2000, e ele segue detido até os dias de hoje.