Apesar das críticas que o técnico Juan Carlos Osorio recebeu por promover uma série de rotações de jogadores nas escalações do México na Copa das Confederações, os jogadores da seleção do país garantem estar respaldando a filosofia adotada pelo treinador, garantiu nesta segunda-feira o meio-campista Jonathan dos

Santos em entrevista coletiva na Rússia, palco deste principal evento-teste da Fifa para a Copa do Mundo de 2018.

Desde que assumiu o comando da seleção mexicana, no final de 2015, o comandante jamais repetiu uma mesma escalação ao longo de suas 27 partidas à frente da equipe nacional, que na última delas, no sábado, em Kazan, precisou buscar uma virada por 2 a 1 diante dos anfitriões russos e conviveu com o risco de ser eliminado na rodada final do Grupo A da competição.

Osorio segue adotando um rodízio de atletas na equipe titular para prevenir lesões e preservar a condição física dos jogadores, sendo que ele já levou a campo nesta Copa das Confederações 22 dos 23 convocados – apenas o terceiro goleiro da seleção, Rodolfo Cota, não atuou em nenhuma das três partidas da primeira fase.

A rotação na seleção, porém, inevitavelmente cobra o seu preço, pois dificulta o entrosamento do time, que sofreu muito nos três jogos que fez nesta Copa das Confederações. Além de buscar um empate por 2 a 2 com Portugal na estreia, graças a um gol marcado no final, e ir atrás de uma virada contra os russos, o México precisou reagir para derrotar a Nova Zelândia por 2 a 1 em um confronto no qual os adversários também saíram na frente no placar.

“O mais importante para o time com as rotações é que todos nos sentimos importantes”, ressaltou Jonathan dos Santos após um treino realizado nesta segunda-feira. “Com todos tendo minutos em campo se viu que tivemos grandes resultados, isso é o que faz forte um grupo”, completou o meio-campista do Villarreal ao defender a estratégia de Osorio.

O ex-treinador do São Paulo, no qual também recebeu muitas críticas pelas mudanças constantes que promovia na equipe titular, realizou oito alterações na escalação entre o jogo de estreia com Portugal e a equipe que superou a Nova Zelândia na segunda rodada do Grupo A.

Entretanto, Jonathan dos Santos defendeu que esse rodízio de atletas era necessário pelo curto espaço de tempo entre as partidas. “Essa é uma parte importante do trabalho do professor, que tem o feito da melhor maneira na Copa das Confederações, em que há poucos dias de descanso. Era vital que se rodassem jogadores e vimos que quem jogará dará os resultados”, disse o atleta, que foi titular em dois dos três jogos do México na Rússia e aparece com grande chance de voltar a ser escalado na semifinal de quinta-feira contra a Alemanha, às 15 horas (de Brasília), em Sochi.

RETROSPECTO AJUDA OSORIO – Desde que Osorio assumiu a seleção mexicana, o time nacional só perdeu duas partidas, mas uma delas foi emblemática, sofrida na Copa América Centenário do ano passado, quando foi massacrado por 7 a 0 pelo campeão Chile nos Estados Unidos. Os mexicanos, porém, voltaram aos trilhos após o revés e hoje lideram o hexagonal final das Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2018, da qual se veem muito próximos de assegurar classificação.

Rival da próxima quinta-feira, a Alemanha venceu o México nos quatro jogos oficiais anteriores entre as seleções, sendo um deles por 4 a 3 na decisão do terceiro lugar da Copa das Confederações de 2005. Na época, porém, os mexicanos enfrentavam o favoritismo de uma seleção alemã que jogava em casa no evento-teste para o Mundial de 2006, enquanto agora os atuais campeões do mundo levaram para a Rússia uma equipe cheia de jogadores jovens e considerados reservas, em estratégia do técnico Joachim Löw para dar rodagem aos atletas que poderão ser convocados para a Copa de 2018.

Por isso, agora o México entrará em campo nesta quinta-feira com uma responsabilidade maior e confiante de que pode superar os alemães. “O time está trabalho por muito tempo em um grande nível e isso se vê nos resultados. Eu, que estou aqui, te digo que há confiança, estou empolgado e com grande vontade de fazer grandes coisas. Estamos 100% com o professor (Osorio). É um jogo difícil, mas podemos ganhar de qualquer um que enfrentarmos”, aposta Jonathan dos Santos.