Recentemente, Marcelo Serrado revelou que é adepto da cannabis medicinal para tratar sua ansiedade. Segundo o ator, o uso do medicamento alternativo começou durante a pandemia, após ter uma crise de ansiedade.

Em entrevista à revista digital “Breeza”, dedicada à cultura canábica, Marcelo afirmou que o uso da Cannabis medicinal não é um tabu em casa — principalmente por sua mãe, falecida em 2023, ter usado o canabidiol para o tratamento de Alzheimer. Ele relatou que a idosa apresentou diminuição na frequência de crises da doença com o uso da substância.

O ator ainda disse utilizar a versão em óleo da substância pela manhã e à noite por recomendação médica. Para João Paulo Cristofolo Jr., médico e sócio-fundador do Grupo CONAES Brasil de Educação Médica, a busca por tratamentos alternativos e complementares tem crescido substancialmente nos últimos anos, refletindo uma mudança na percepção pública e no interesse pela cannabis para fins medicinais.

“Estamos observando um aumento significativo no número de pacientes interessados em explorar os potenciais benefícios da cannabis para diversas condições, incluindo dor crônica, insônia e condições psiquiátricas. Este aumento reflete uma tendência mais ampla observada na prática médica, na qual a substância vem sendo utilizada como uma opção terapêutica potencial para pacientes que não tiveram sucesso com tratamentos convencionais ou que buscam alternativas com perfis de efeito colateral mais favoráveis”, explica o médico.

Atuação do CBD no organismo

Dr. João Paulo explica que canabidiol (CBD), um dos principais componentes da cannabis, tem sido estudado por suas propriedades ansiolíticas. O CBD interage com o Sistema Endocanabinoide do corpo, que desempenha um papel na regulação do humor, do sono e da resposta ao estresse.

Estudos clínicos e pré-clínicos sugerem que o CBD possa ajudar a reduzir a ansiedade em condições como o transtorno de ansiedade generalizada. Um dos mecanismos propostos envolve a modulação dos níveis de serotonina, um neurotransmissor que tem um papel central na regulação do humor. E, ao contrário de muitos ansiolíticos convencionais, o CBD não parece causar dependência ou efeitos colaterais significativos, tornando-o uma opção atraente para pacientes.

“Enquanto os ansiolíticos tradicionais, como benzodiazepínicos, são eficazes para muitos pacientes, eles também estão associados a riscos de dependência, tolerância, e uma série de efeitos colaterais que podem incluir sedação, diminuição da coordenação motora, e deterioração cognitiva a longo prazo”, destaca o médico.

Em contraste, segundo ele, “o CBD oferece um perfil de segurança promissor, com evidências indicando um risco menor de dependência e efeitos colaterais mais brandos”. Apesar disso, vale lembrar que a substância também não está isenta de riscos, e só deve ser usada após avaliação e prescrição médica.

“É importante destacar que a decisão de utilizar cannabis medicinal como tratamento deve ser tomada com base em uma compreensão profunda da condição do paciente, do perfil de eficácia e segurança dos tratamentos disponíveis, e em um diálogo aberto e informado entre o médico e o paciente”, finaliza o especialista.